Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

5 de junho de 2011

CANTARES ... AMOR E POESIA

 
CANTANDO O AMOR 

EU (Sou) do meu amado, Ct 7.10. Os amados se bastam, mutuamente...Que se trata de juras de fidelidade parece mais do que claro: o amado tem na sua amada a figura da açucena, que ela mesma usara em sua declamação (2,1). Se a amada é uma açucena, declara o amado, então todas as demais jovens são como espinhos! Comparada a ela, as outras jovens não são de se tocar ou cheirar, sequer são belas. O amado só tem olhos para a sua açucena – e as jovens não lhe podem mais roubar o coração, porque a amada já o roubou (4,9). Parece que o amado declara seu voto de fidelidade para que todos ouçam, e onde quer que esteja, todos saibam que ele é dela. E que tem ela a gritar para que todos ouçam? Que os demais jovens, se comparados a seu amado, são como árvores do bosque comparadas à macieira – não têm frutos a dar, enquanto que o fruto do amado, ah, esse lhe é dulcíssimo à língua... Quem ouve a amada falando assim, pode reconhecer que o que ela diz em 7,11 é verdadeiro: eu sou do meu amado. Perceba-se que não é ela quem exige fidelidade dele, nem ele dela. Ele é que se sente invadido pela sensação da fidelidade – deseja-a tanto, ama-a tanto, que não concebe nenhuma outra palavra senão esta: quero só você, amor! Também não é ele quem exige dela fidelidade – é também ela que, tomada pelas mesmas sensações, suspira tanto pelo amado, quer-lhe tanto que não lhe passa pela cabeça, cabeça? não, não lhe passa pelos poros do corpo inteiro nada que não a declaração de fidelidade: eu sou do meu amado. Amor e fidelidade – jardim que se deve aguar todos os dias
Como se pode amar tanto e ser tão fiel? Como manter as mesmas sensações do amado pela amada, e da amada pelo amado? É possível que também nós nos movamos nesse jardim e namoremos nesse bosque? Penso que sim.


É verdade que as sensações do poema são sensações extremas: trata-se, afinal de contas, de um encontro de amor, e as sensações de um encontro de amor, nós o sabemos, não são as mesmas de uma conversa sobre os filhos e como passamos o dia, antes de dormir, depois de um dia de cansativo trabalho: a vida não é o tempo todo pura poesia. Mas o amor é o mesmo e a fidelidade também. Haverá momentos em que experimentaremos essas mesmas sensações que as Escrituras homologam como saudáveis e boas, impressas em nosso corpo de barro pelo sopro de Yahweh ‘Elohim (Gn 2,7). Sim, o desejo e as sensações de amor que o acompanham estavam naquele sopro – são pois uma centelha divina, boníssima, de que não devemos nos envergonhar nem tratar com menosprezo. Antes, render muitos agradecimentos ao Pai pelo dom do amor conjugal – causa de muito prazer e harmonia – segurança, portanto, e pura ternura para marido e mulher.

 
O segredo é tornar todos os dias num jardim, e todas as tardes num bosque... diariamente. Se não quisermos manter a linguagem poética, diria que o segredo é o voto de amor e de fidelidade, diariamente renovados. Devemos renovar todos os dias, os votos de amor e de fidelidade. Todos os dias, dizer a nós mesmos que amamos nossa amada ou nosso amado. Todos os dias, dizer a ela ou a ele que estamos repletos de amor e nos rendemos. Todos os dias, declarar ao mundo que nos cerca que somos fiéis – que somos dela, somos dele, somos do amor que nos conquistou, que nos roubou o coração, e não tem jeito.

 
Homens, homens – se temos olhos, fixemos esses olhos nos olhos de nossas amadas. Olhos que muito saltitam aqui e ali se esquecem de renovar seus votos, e os espinhos, que espinhos eram, tornam-se agradabilíssimas flores fresquíssimas, cheirosas, apetitosas, e lá se vai o amor que um dia experimentamos... e lá se vai casamento vale abaixo... Homens, homens, olhem para suas esposas, nos olhos delas (1,15b), e falem para elas que as amam (1,15a), e que suas casas são cedros, e que o teto de vocês são ciprestes (1,17), que ela é bela e seus olhos, pombas... Falem com suas esposas, maridos: tenham certeza de que elas gostam muito disso. Falem: e ouvirão a amada, suspirando – eu sou do meu amado!

 
 
Mulheres, mulheres, tratem bem de seu leito, mantendo-o viçoso (1,16b). Não sintam vergonha de olhar para seu marido e confessar aos 30 anos, aos 40, aos 50, aos 60... que ele a atrai (1,16b) e que você está viva!, e que se sente tomada de ternura e de desejo. Fale para ele que ama e que o ama (1,16a) e não se sinta menos cristã porque gosta dos beijos de sua boca (1,2). Permita-se viver ao lado de seu marido, e sinta plenamente o vigor com que Deus brindou vocês, mulheres maravilhosas, que fazem de nós homens pequenos-bobos de amor, e tolos poetas, que poesia não fazemos. Calamos de amor... é o amor quem declama.Façamos nossas juras de amor diariamente, e renovemos todos os dias nosso votos de fidelidade. A harmonia conjugal será tão grande, que de nossos lábios brotará o louvor: 
 
“_ Oh, Deus maravilhosíssimo. Quem se iguala a Ti? Tu és tremendo!!!
 

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