Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

17 de maio de 2011

AS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS PODEM DESTRUIR A FÉ?

 

Por Tony Ayres
 
Já algumas vezes tenho discutido, neste blog, a necessidade que as pessoas de fé têm de conhecer, sem temores, "o outro lado da moeda", para que a sua fé realmente possa ser provada e aprovada.

Pessoas que têm medo de ler e ver coisas que possam "afastá-las" da fé; em seu íntimo, temem que essa fé esteja respaldada em solo de areia, e por essa razão, podem se "DESVIAR".

Por essa razão, os evangélicos inventaram a monocultura, com eventos gospel, feiras gospel acampamentos gospel, filmes gospel, escolas gospel, músicas gospel - tudo isso, refletindo um medo obssessivo de estar "fazendo coisas do mundo" e de "cair em tentação" por causa das coisas do mundo.

Pura perda de tempo e falta de reflexão, pois hoje sabemos, sem sombra de dúvida, que as denominações fundamendalistas e legalistas são "celeiros de pecado", uma vez que ferem a essencialidade do ser humano, impondo jugos que apenas "têm a aparência de santidade", mas são ineficazes contra o pecado.

É preciso sair da redoma gospel, reconhecer o mundo com os seus cientistas, a sua filosofia, aprofundar os estudos, conhecer a história, as artes e, principalmente, o modo de pensar pós-moderno.

Esse pensamento pós-moderno lembra-nos de que todos os sistemas de conhecimento ( inclusive o evangélico) são construções sociais.

Isso significa que os nossos pressupostos culturais, juntamente com as políticas de poder, têm muito a ver com o que decidimos aceitar como verdade.

Em outras palavras, queremos dizer com isso que construímos a verdade mais do que simplesmente a descobrimos.

UM EXEMPLO, PARA ILUSTRAR

Os estudantes dos bons seminários, por exemplo, sabem que no mundo pós-moderno, a ciência, mais do que nunca, levantou questões importantes, utilizando o seu próprio instrumental científico, para melhor conhecer o mundo teológico.

Uma das questões descobertas pela ciência é exatamente sobre a origem e a história da Bíblia. Os cientistas, comparando os manuscritos mais antigos, descobriram diferenças, contradições, adiçoes e supressões.

O trabalho deles revelou que escolhas arbitrárias e, algumas vezes, políticas, foram feitas para incluir alguns livros na Bíblia e excluir outros - o que significa que o Cânon Sagrado que hoje temos, não é o mesmo que os crentes de outros séculos tiveram.

Esse é um problema para o qual os teólogos simplesmente não têm uma resposta para dizer: "Isso não foi assim".

CONCLUSÃO

O que desejamos colocar como conclusão é mais ou menos o seguinte: E daí? Vou negar a descoberta científica para não negar a minha fé? Ou vou dizer que o que os cientistas descobriram é obra do diabo?

Por outro lado, vou aceitar a descoberta científica e apostatar da minha fé, porque me sentirei "enganado"?

De maneira nenhuma, pois a minha fé em Cristo é capaz de resistir a verdade científica, sem negá-la.

Mas também não deixarei de crer em minha Bíblia, apenas porque na letra, ela pode ser diferente hoje do que foi ontem.

A imagem salvadora que ela me revela transcende a tudo isso e eu, em Cristo, sou capaz do "prosseguir para o alvo" sem me sentir um menininho confuso e sem ser cético em relação às descobertas da ciência.

O mundo pós-moderno confronta, de fato, muito mais a nossa fé.

Mas não podemos enfiar a cabeça na terra, como o avestruz, para não saber o que se passa ao nosso redor.


"Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" (Fp. 4.13) 
 

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