Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

24 de abril de 2011

NãoTentarás o Senhor

 
Mateus 4.7

Cristo foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. Porém, Ele mesmo assevera: Não devemos tentar a Deus (Ele mesmo sendo Deus não poderia ser tentado a cometer o mal). O Senhor, citando Dt 6.16, nos ordena: “Não tentarás o Senhor, teu Deus”. Não devemos colocar Deus à prova, nem desafiá-lo ou provocá-lo. Como tentamos a Deus?

1. Há o modo que é ordenado por Ele (Ml 3.10).

Após ordenar aos israelitas que trouxessem o dízimo, o Senhor ordena: “provai-me nisto...”. Quando Deus tem uma aliança com alguém, Ele garante cumprir a Sua parte neste pacto se a outra parte cumpre o seu papel.
Deus aceita que confirmemos a veracidade de Suas promessas (Sl 18.30), que provemos a Sua palavra, pois Ele sempre será verdadeiro (Rm 3.4; 1 Ts 1.9) e a confirmação das Suas promessas mostrará a Sua fidelidade (Sl 89.5).
Muitos mandamentos divinos são atrelados a promessas. Quando cumprimos a nossa parte neles, podemos esperar que Deus cumpra a Sua (Ef 6.2). Deus não nos condena a esperar e até lembrá-lo de Suas promessas, pois Ele mesmo é o maior interessado em cumpri-las. Ele disse ao profeta Jeremias: “Eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12).
O Profeta Elisau questionou: “onde está o SENHOR, Deus de Elias?” (2 Rs 2.14), mas ele o fez baseado na promessa que o profeta Elias tinha lhe dado: “se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará” (v10). A promessa o autorizava a cobrar o seu cumprimento. Se não houvesse promessa seria um ato de tentação ao Senhor.

2. Há o modo que é permitido por Ele (Jz 6.36-40).

Gideão fez prova de Deus quando estava inseguro sobre ir à batalha com um pequenino exército contra um inumerável exército inimigo. Deus, em sua grande bondade, permitiu que aquele juiz duvidoso o provasse, mas não podemos fazer isto sempre e nem de qualquer maneira. Só podemos fazer isto em ocasiões especiais e com muita humildade, pois a falta de fé – incredulidade – não agrada a Deus (Hb 11.6).
Quando Tomé agiu assim foi repreendido por Jesus, que lhe disse: “sejas crente e não incrédulo (Jo 20.27). O Mestre também recusou dar o sinal requerido pelos judeus, quando o tentaram (Mt 16.1-4; Mc 8.11,12). O povo judeu, por sua incredulidade, tornou comum o fato de pedir sinais de confirmação (1 Co 1.22), em lugar de crer fielmente na palavra do Senhor.

3. Há o modo que é proibido por Ele.

Ocasiões em que eles tentaram a Deus – 10 vezes (Nm 14.22):

Quando pediram carne em lugar do maná (Nm 11.4-6; Sl 78.18);
Quando pediram água no deserto (Ex 17.1-7);
Quando reclamaram do caminho escolhido por Deus (Nm 21.4-7; 1 Co 10.9).

Quando é que tentamos a Deus e o desagradamos intensamente:

a) Quando estamos provocando a Deus (Sl 95.9). Os israelitas não quiseram o que Deus lhes deu, mas queriam algo do seu gosto (Sl 78.17,18; Hb 3.8-11). Deus lhes deu o pão de cada dia, mas eles o consideraram “pão vil” (Nm 21.5). A Bíblia o chama trigo do céu; pão dos poderosos (Sl 78.24,25), pão do céu (Ex 16.4; Jo 6.31), manjar espiritual (1 Co 10.3), mas eles estavam totalmente insatisfeitos pela alimentação gratuita e contínua que recebiam do céu. Devemos estar contentes com o que temos recebido de Deus (1 Tm 6.8; Hb 13.5,6). O que Deus nos deu não é o bastante? Estamos descontentes com o Seu cuidado?

b) Quando estamos duvidando de Deus (Ex 17.7; Sl 78.19,41; 106.12-14). Israel duvidava se Deus estava ou não com eles, apesar de tudo o que Deus já fizera no Egito e no deserto. Como alguém poderia duvidar da presença divina, se tinham constantemente uma coluna de nuvens diariamente a acompanhá-los e garantir-lhes sombra no deserto? Como duvidaram que Deus estava com eles, quando tinham todas as noites uma coluna de fogo para iluminar e prover calor contra o frio noturno? Assim também agiram os judeus em relação a Jesus (Mt 16.1). Eles duvidaram do que Deus poderia fazer. Até mesmo Moisés questionou o poder de Deus (Nm 11.18-23). Nunca devemos duvidar do que o Senhor pode fazer (2 Rs 7.1,2), pois Ele é o Deus todo-poderoso (Gn 17.1; Mt 19.26; Lc 1.37; Gn 18.14). Cremos que Deus pode fazer tudo? Que nada está fora do Seu controle? Que Ele está conduzindo o Seu plano maravilhoso e nada poderá frustrá-lo? Sim, podemos.

c) Quando estamos querendo forçar a agir sobrenaturalmente e não queremos agir naturalmente. Quando deixamos de fazer o que podemos e queremos que Deus faça algo para mostrar que somos especiais, filhos dEle. Deus não faz aquilo que podemos fazer com nossas próprias mãos. Ele não desperdiça milagres. Deus ressuscita Lázaro, mas não tira a pedra (Jo 11.39); ressuscita a filha de Jairo, mas não lhe dá comida (Mc 5.43); multiplica os pães, mas não recolhe os pedaços que sobraram (Jo 6.12); dá vista ao cego, mas não lava seu rosto no tanque (Jo 9.7). Como Deus trabalha para mostrar Seu pode e receber a glória que lhe é devida, Ele não faz aquilo que o homem comum pode fazer –alguém diria que foi Deus quem fez? Entretanto, quando Ele faz algo que é impossível ao homem, que todos dizem: Só Deus pode fazer, Ele é glorificado. Tentamos a Deus desta maneira quando compramos o que não podemos pagar e queremos que Ele pague. Quando nos comprometemos sem buscar a vontade de Deus e queremos que Ele nos honre. Quando “forçamos a porta” para sermos enviados para um lugar e depois queremos que o Senhor aja como se Ele nos tivesse enviado.

Conclusão

Não devemos tentar o Senhor, ou colocá-lo à prova, a não ser quando é para evidenciar a fidelidade dele nas promessas, vinculadas ou não a um mandamento. Não devemos tentá-lo por nossa incredulidade, dúvida ou capricho, pois o Senhor não terá por inocente aquele que assim o fizer.

 
Leitura recomendada:

CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Naturezas do Redentor. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
 
Carlos Kleber Maia

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