
Virou moda falar a palavra  profética. Entretanto, a moda que se fala nada tem a ver com o que de  fato é profecia. Estão confundindo ‘profecia’ com ‘teologia da confissão  positiva’.
Tenho observado que nos vários seguimentos  religiosos onde o termo tem sido usado, a tal palavra profética é  utilizada tão somente como afirmação do que se deseja. Isto é, afirma-se  o que se deseja e atribui-se a afirmação a uma obrigação de Deus em  realizá-la.
O pequeno detalhe de que se esquecem é que,  em toda Escritura Sagrada, jamais uma profecia foi gerada pelo profeta.  Todas as profecias são geradas pelo Espírito de Deus e o profeta é  apenas seu porta-voz. Não nos é outorgado, ao menos nas Escrituras,  qualquer autoridade para falar o que desejamos declarando ser essa a  palavra da profecia do Espírito. Toda nossa autoridade consiste em  anunciar a profecia já revelada nas Escrituras.
Nenhum profeta jamais declarou algo  proveniente de seus desejos como se fosse palavra do Espírito. O próprio  apóstolo Paulo teve zeloso cuidado em não cometer tal ultraje, quando  falou seu desejo ou opinião disse: “digo eu, não o Senhor” (1 Coríntios  7:12).
A palavra profética é gerada do Espírito  Santo e transmitida pelos profetas. Por isso, não há uma só profecia que  diga: “eu declaro”, ou “eu determino”, ou “eu profetizo”. A verdadeira  profecia diz: “Assim diz o Senhor”.
E, afinal, o que o Senhor diz? Haveria  alguma revelação a mais que Ele queira dizer que não tenha dito nas  Escrituras? A menos que o Apóstolo Paulo tenha se enganado redondamente,  não há mais o que Deus queira revelar. Disse Paulo: "Mas, ainda que nós  ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que  vos temos pregado, seja anátema" (Gálatas 1:8).
É realmente impressionante como muitos  desejam conhecer mais a Deus sem querer conhecer mais as Escrituras.  Dizem querer experiências com Deus sem querer conhecer o que Deus já nos  deu para experimentarmos, a saber, sua Palavra. Querem conhecer a  Cristo sem conhecer a Palavra, que é Cristo. Enquanto os Romanos  trocaram o relacionamento com Cristo, da Palavra para a hóstia, os  pentecostais trocaram o relacionamento, da hóstia para as  “experiências”, o empirismo.
Através do empirismo, muitos querem  descobrir o que Deus não revelou, ao tempo em que rejeitam o que está  revelado. Quando não entendem o que a Bíblia diz, ou quando o que ela  diz contraria o que crêem, dizem que isso não pertence ao homem saber,  que está oculto em Deus. Ora, quanta incoerência! Se Deus escreveu nas  Escrituras Sagradas, está revelado! Ao invés de dizerem que não pertence  ao homem saber, deveriam ter a humildade de querer aprender. Afinal, se  o Espírito não revelar o que está escrito, porque revelaria o que não  está? E se não pertence ao homem saber o que está escrito, porque Deus  escreveu? Não é estupidez querer entender o que não está revelado nas  Escrituras (e isto sim ao Senhor pertence) e negligenciar o que está  revelado?
A função do Espírito Santo não é nos  ensinar o que não foi revelado, não é nos fazer adivinhar, e sim nos  lembrar e ensinar todas as coisas que Jesus falou (João 14:26).
Assim, a Palavra profética consiste em  anunciar o Reino de Deus e a sua justiça. Hora promovendo a virtude,  hora denunciando o mal.
Palavra profética não é declarar jargões  positivistas. Não foi assim que procederam os profetas e os apóstolos.  Muitos sofreram martírio, exatamente, por causa das injustiças e  heresias que denunciaram. Logo, ser profeta, hoje, é anunciar a profecia  revelada nas Escrituras, é levar amor de Deus aos carentes através das  boas obras, é anunciar o Reino de Deus, que “é justiça, paz e alegria no  Espírito Santo” (Romanos 14:17). Mas não é só isso, a Palavra Profética  é aquela que se levanta contra as injustiças sociais, o mau uso dos  recursos naturais, o abuso da boa fé popular, o legalismo religioso, a  corrupção, as heresias e coisas semelhantes a essas.
Infelizmente a verdadeira palavra profética  não interessa aos “grandes profetas”, líderes religiosos, cada vez mais  envolvidos em conchavos políticos e cegos pela sede de poder. Para  esses, quanto menos conhecimento (Bíblico ou científico) o povo tiver,  mais fácil será dominá-lo, e isso é o que lhes importa. E assim,  prosseguem com seu empirismo e charlatenismo, fazendo-se semi-deuses,  enganando a massa burra, construindo seus impérios “acima das estrelas  de Deus” (Isaías 14:13).
Meu amigo, não se deixe enganar, já dizia  Jesus, “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna,  e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5:39).
 “Porque surgirão falsos cristos e falsos  profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível,  os próprios eleitos” (Mateus 24:24).
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Estas reflexões não tem por objetivo ferir  ninguém, mas são um alerta, um aviso. Paulo adverte:  “Porque virá o tempo em que as pessoas não escutarão o verdadeiro  ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E juntarão para si  mesmos muitos mestres, que vão dizer a elas o que querem ouvir. Essas  pessoas deixarão de ouvir a verdade escutarão as lendas” (II Timóteo  4:3-4).
A Palavra de Deus nos dá todo o conhecimento de que precisamos para a nossa jornada terrena.
 
 
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