Meus colegas de trabalho me observam com um olhar de piedade ao perceberem que estou numa festa só tomando refrigerantes e sucos. Em outras ocasiões, alguns ficam até indignados, pois não toleram o fato de alguém fazer uma churrascada e ninguém tomar cerveja. É inaceitável, para eles, saborear uma suculenta picanha acompanhada de refrigerantes. E o pior é que acham que não faço uso de bebida alcoólica porque sou escrava da religião, e por isso sou uma pobre infeliz.
Quando conheci a igreja dos crentes, não deixei imediatamente de tomar bebidas alcoólicas. Aliás, ninguém na igreja me proibiu disso ou daquilo. Mas à medida em que fui conhecendo as Escrituras Sagradas, fui compreendendo o motivo dos crentes não tomarem vinho, nem cerveja, e passei a fazer parte dos que não bebem.
O abuso do álcool e o alcoolismo estão entre os principais problemas da nossa sociedade. O álcool é uma droga como a heroína, a cocaína e o crack. Por quê ? Porque vicia, altera o estado mental da pessoa que o utiliza, prejudicando-lhe a saúde e levando-a a atos insensatos, muitas vezes violentos, acrescentando mais problemas à família e à sociedade.
Através da Bíblia vemos que a bebida forte tem um passado sórdido. Noé, um homem visto como justo por Deus, caiu por causa do vinho: "Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda" - (Gênesis 9:21). Parece que a bebida alcoólica influencia a pessoa para fazer o que jamais faria se estivesse sóbria. As filhas de Ló desejaram ter filhos do pai, elas o embriagaram e depois o procuraram. Elas sabiam que Ló ficaria muito passível de cometer essa imoralidade se estivesse bêbado. "Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas. Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra. Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai. De novo, pois, deram aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai" - (Gênesis 19:30-36). Absalão decidiu matar Amnom enquanto este bebia, talvez por crer que ele seria menos capaz de se defender se estivesse num estado um tanto inebriado: "Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom, então, o matareis. Não temais, pois não sou eu quem vo-lo ordena? Sede fortes e valentes" - (2 Samuel 13:28). Um dos pecados de Belsazar, na noite em que viu a mão na parede e em que seu reino foi tomado, foi o fato de estar bebendo: "Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra" - (Daniel 5:4).
Mas a palavra vinho na Bíblia nem sempre se refere à bebida alcoólica como nos versos acima citados. Em outras ocasiões, como no texto de Lucas 5:36-38, significa suco de uva: "Também lhes disse uma parábola: Ninguém tira um pedaço de veste nova e o põe em veste velha; pois rasgará a nova, e o remendo da nova não se ajustará à velha. E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos." - Lucas 5.36-38. O vinho novo nesse texto é na verdade suco de uva fresco. Pelo fato de que o vinho ao ser posto em odres, ele aumenta de volume durante o processo de fermentação, este texto mostra que o vinho na Bíblia nem sempre era alcoólico.
Em João 2, Jesus transformou perto de 600 litros de água em vinho. Jesus fez vinho suco de uva ou vinho alcoólico? Há duas considerações que nos levam a crer firmemente que se tratava de suco e não de bebida alcoólica. Em primeiro lugar, Jesus o fez na hora. No primeiro momento em que o vinho daquela época era produzido, ele era suco. Somente após um processo de envelhecimento e de fermentação é que se tornava alcoólico. Em segundo lugar, se Jesus tivesse feito vinho alcoólico, ele teria estado incentivando a embriaguez. A questão aqui não é um ou dois copos de vinho. Essas pessoas, após já terem bebido muito, receberam mais umas centenas de litros. Jesus jamais incentivou os pecados do homem, tampouco contribuiu para eles. Portanto, parece claro que esse vinho era do tipo não-alcoólico.
É também útil entender algumas coisas sobre os vinhos alcoólicos das terras bíblicas. Naquela época, só havia fermentação natural. Eles ainda não tinham inventado a tecnologia para acrescentar mais álcool às bebidas fermentadas por processo natural. Isso significa que o mais alcoólico dos vinhos da Palestina tinha cerca de 8% de álcool. Pela lei, esses vinhos eram diluídos em água, normalmente três ou quatro partes de água para uma parte de vinho. Esses vinhos fracos, enfraquecidos mais ainda pela adição de enormes quantidades de água, passaram a ser usados como bebidas para acompanhar as refeições. Não eram usados como bebidas, mas apenas como se usa um copo de água ou uma xícara de café que se bebe com a refeição. Vários textos bíblicos parecem apontar para esse uso do vinho - como uma bebida para acompanhar as refeições (leia em 1 Timóteo 3:3, 8; Tito 1:7; Mateus 11:18-19).
A palavra grega para “vinho”, em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva: suco não fermentado, e vinho fermentado ou embriagante. A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco de uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13).
Será que Jesus usou uma bebida fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.24-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 11.23-26)? Os dados abaixo levam à conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam na ocasião suco de uva não fermentado.
· Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho” (gr. oinos) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “FRUTO DA VIDE” (Mt 26.24; Mc 14.25, Lc 22.18). O vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira [não é “fruto da vide”].
· Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa. A lei da Páscoa em Ex 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de ‘seor’ (Ex 12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador. ‘Seor’, no mundo antigo, era frequentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo o ‘hametz’ (i.e., qualquer coisa fermentada) era proibido (Êx 12.19; 13.7). Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (cf. Mt 16.6,12; 1 Co 5.7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.
· Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos derivados fermentados na videira durante a Páscoa. Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Ex 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.
· Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do Novo Testamento. Por exemplo: “Segundo os Evangelhos Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto Seder (ver “Jesus”, The Jewish Encyclopaedia, edição de 1904, V.165).
· No Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9). Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).
· O valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha que ser pão asmo (i.e., sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não fermentado (cf. 1 Pe 1.18-19). Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.
· Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, i.e., o agente fermentador “da maldade e da malícia”, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade, i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela participarmos (Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1517-19).
Portanto, o suco de uva não embriagante e não fermentado é a bebida mais apropriada para representar o sangue de Jesus na Ceia do Senhor. Por coerência, o pão, representativo do corpo de Cristo, deve ser sem fermento. O vinho fermentado é uma bebida alcoólica. Um sacerdote que tome vários goles de vinho dessa natureza por dia, em celebrações várias, tende a se tornar viciado. Qualquer espécie de bebida que contenha álcool é considerada uma droga, capaz de levar a dependência. Os ex-alcoólatras são orientados para não tomarem o primeiro gole, a fim de não desencadear um impulso incontrolável. O fornecimento de bebida embriagante a irmãos nessa situação, por ocasião da Ceia, seria desaconselhável.
Deus proíbe o consumo da bebida alcoólica
No livro de Levítico capítulo 10, Deus condena claramente a ingestão de bebida alcoólica, Nadabe e Abiú sacerdotes do templo morreram diante do Senhor porque beberam bebidas alcoólicas e entraram alcoolizados em um lugar Santo. - Levítico 10;8-10 – “E falou o SENHOR a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo”.
Deus falou a Arão para não beber vinho ou bebida forte, pois estavam sujeitos a morte caso isso acontecesse.Ainda hoje é assim , nós não devemos beber seja pouco ou muito, seja vinho ou bebida forte como pinga , caipirinha, cerveja, whisky, vodka ou qualquer outro tipo de bebida que contenha álcool, pois podemos acabar com nossas vidas. Deus fala ainda que este seja um estatuto perpétuo, ou seja, para “sempre” nunca devemos beber bebidas alcoólicas.
É desonroso para quem acredita em Deus fazer uso de bebidas alcoólicas. Romanos 13.13 "Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja”
Serão Destituídos do Reino de Deus. - 1 Coríntios 6.10 "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.."
Os que fazem uso de bebidas alcoólicas não são boas companhias. - Provérbios 23.20 "Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne"
Os vinhos, as cervejas e os licores de hoje enquadram-se na categoria de bebida forte, e nenhum texto sequer pode ser encontrado na Bíblia que permita que sejam consumidos por um filho de Deus.
· Paulo estimulou a Timóteo de modo especial para que tomasse "um pouco de vinho" por questões de saúde (1 Timóteo 5:23). Às vezes se usa esse texto para mostrar que é possível beber. Mas, de fato, o que ele faz é justamente o oposto. Se Timóteo tivesse tido o hábito de beber uma cerveja aqui e ali, por que precisou que Paulo lhe desse uma permissão especial para usar um pouco de vinho como remédio? Esse texto nos leva à conclusão de que o uso de álcool pelo cristão deve ser uma exceção, não uma regra. Muitos remédios de nossos dias contêm álcool ou outras drogas intoxicantes. O discípulo de Cristo deve ser muito cuidadoso com eles e usá-los apenas com muita moderação. O fato de que uma exceção precisou ser dada para permitir o uso de remédios com teor alcoólico sugere que é errado beber por prazer.
· O servo de Cristo deve sempre analisar o efeito de seus atos sobre o próximo: "É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra cousa com que teu irmão venha a tropeçar" (Romanos 14:21). Mesmo que o cristão pudesse beber moderadamente, de qualquer modo esse texto ainda o estaria proibindo na maioria dos casos. A bebida alcoólica leva tantos cristãos a cair, que aquele que tenta ajudar o seu irmão a não tropeçar certamente não lhe dará o exemplo, bebendo diante dele.
· A Bíblia sistematicamente exige que sejamos sóbrios (leia 1 Tessalonicenses 5:6; 2 Timóteo 4:5; 1Pedro 4:7; 5:8). Entre as primeiras conseqüências da bebida são a ausência de inibições, o enfraquecimento do autocontrole, a falta de juízo. Essas conseqüências ocorrem bem antes da pessoa começar a perder o controle das habilidades motoras, a falar arrastadamente etc. O diabo está sempre procurando-nos tentar; para enfrentar a essas tentações, o filho de Deus deve estar profundamente alerto e sóbrio em todo tempo.
Infelizmente ainda encontrarmos dentro das igrejas, pessoas que anseiam por uma latinha de cerveja ou uma dose de whiskey, estas, não vigiaram devidamente e foram influenciadas pela astuta mensagem do inimigo; preferem satisfazerem à carne e sua “sede” a ouvir a voz do Espírito Santo, que misericordiosamente se materializa na instrumentalidade dos irmãos. A palavra dita por Deus a Ezequiel se aplica muito bem a eles, veja: “Os filhos são de duro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o SENHOR Deus. Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque são casa rebelde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta.” - Ez 2:4,5.
A Bíblia nos alerta de quão prejudicial é a bebida alcoólica, tanto para nossa vida física, quanto a espiritual.
Se o crente não bebe é porque conhece a verdade, e não porque é escravo da religião. Aliás, quem se entrega à bebida é que se torna escravo dela. O servo de Deus jamais poderá ser alguém que simplesmente bebe canecas de chops, garrafas de cerveja ou taças de vinho. O beber socialmente que vemos hoje em dia é o comportamento condenado em muitos textos das Escrituras.
"O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio" (Provérbios 20:1).
DE OLHO NA PALAVRA!
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