Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

18 de junho de 2017

O famigerado culto aos homens X o verdadeiro culto a Deus



 Imagem relacionada

por Oséas Pontes



Não são poucas as vezes que me faço as seguintes perguntas: Será que realmente sabemos cultuar a Deus? Será que o nosso culto é realmente aceitável? Que culto é realmente aceito por Deus? Sempre sinto um tremor na minha alma ao meditar sobre isso. Procurei escrever nesse artigo uma resposta séria e bíblica sobre esse assunto. Apesar de o texto parecer extenso, acredito que sua sede de oferecer um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus irá lhe impulsionar a ler todas as linhas restantes.


Não exagero ao dizer que nossos cultos à Deus estão cada vez mais sendo divididos entre cultos a outras coisas do que ao próprio Deus. Às vezes vejo esses cultos como um “grande bolo confeitado” dividido em pelo menos três partes para serem oferecidos a pessoas distintas. Uma fatia para os anjos (leia meu artigo o famigerado culto aos anjos nas Igrejas evangélicas) uma fatia para o homem e a outra para Deus. Já conversei com vários lideres que expressam uma terrível preocupação sobre o que fazer para agradar suas ovelhas e deixar o culto mais criativo. Eles temem que suas ovelhas se debandem para outro aprisco e que outros pastores as “roubem”. Antes os pastores temiam que os lobos e ladrões roubassem suas ovelhas, hoje eles temem um ao outro, e não é pra menos, a rotatividade de crentes de um ministério para outro é cada vez maior em nossa geração. (leia meu artigo a Sanguessuga e suas filhas).


O culto ao homem é cada vez maior e mais visível em nossos louvores atividades e pregações. O pastor que não é “criativo” ou não tenha um bom plano de “marketing” não conseguirá ir muito longe, pelo menos é o que alguns dizem. E acredite existem vários livros escritos por marqueteiros que visam ensinar marketing para pastores e suas igrejas, com temas do tipo: Marketing para Igrejas; Torne seus cultos mais criativos e alegres e por ai vai…


Recentemente fui surpreendido com um anuncio na Internet convidando os jovens para um culto de avivamento em uma determinada Igreja, que era mais ou menos assim:

Grande culto de avivamento jovem!

Louvor com as bandas…

Peças Teatrais e Coreografias.

E grande show de Stand Up “Gospel” com “Fulano de tal”.

Mensagem: Pr. “Cicrano”.

Isso mesmo! Você não leu errado! Grande Show de “Stand Up Gospel”. Fiquei em choque. A maioria de nós é bem humorado e rimos de histórias engraçadas e gostamos de compartilhá-las mas, no meio do que deveria ser um culto a Deus abrir espaço para um show de piadas é no mínimo profanar o culto ou a reunião solene. Se você não acreditar no que digo aqui pode se certificar facilmente disso. Entre no youtube e digite “stand up gospel” vai pipocar de janelinhas. Acredito que tem hora, lugar e tempo para tudo, mas que não existe tempo para um show de humor em um culto à Deus. Situações como essas servem de forte exemplo de como estamos fazendo cultos de homens para homens e não do homem para Deus.


Nossas músicas são feitas em sua maioria para agradar o homem, dizendo coisas que os homens querem ouvir. Importamo-nos se os homens vão aprovar nossa letra, ritmos e melodias, e poucos perguntam se a letra ritmo e melodia agradarão a Deus. Precisamos urgentemente corrigir esse trágico erro. E não se assustem isso não é novo, esse erro vem sendo copiado por alguns desde o tempo dos patriarcas e profetas. No monte Sinai o povo pressionou o sumo sacerdote Arão, ele construiu um bezerro de ouro e o povo fez um grande culto em volta dele com direito a bebedeiras e orgias sexuais.

“E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito”  (Êxodo 32. 4).

O povo de Israel tinha dificuldade em adorar ao que não viam e não tocavam. O verdadeiro Deus não estava dentro de seus padrões e então construíram um que fosse aquilo que eles queriam. Note que eles não viram no bezerro de ouro um Deus estranho, eles o fizeram e disseram esse é o nosso Deus que nos tirou do Egito! Eles construíram uma imagem profana e ainda disseram que essa era a verdadeira imagem de Deus. Até hoje muitos constroem sua própria imagem de Deus, uma imagem que se adeque a sua maneira pecaminosa de viver. Mas Deus não é aquilo que queremos que ele seja, Ele é imutável e não divide sua glória com ninguém!

“Pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens”  (Êxodo 32. 26-28).

Você acha que esse seja um fato isolado? Jeroboão com medo de que o povo de Judá o abandonasse quando esses subiam para adorar no templo em Jerusalém, mandou que se construíssem dois bezerros de ouro e convenceu o povo que aquela imagem era o Deus verdadeiro que os tirou da terra do Egito e o povo acreditou.

“Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá; e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judá. Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito”  (I Reis 12.28).

Muitos fazem seus cultos a um deus que não é o verdadeiro Deus, e o fazem por acreditar na imagem que eles ou outros criaram para eles sobre Deus e sobre o culto a Deus. Culto aos homens é muito animado, cheio de luz, muita musica shows de humor, regado com muitos lanches, e com cantores e pregadores do momento, mais imensamente vazios de Deus.

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene… As vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer… E ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”  (Isaías 1.11-15).

Todo o povo achava que porque iam ao templo e ofereciam louvores e alguma espécie de sacrifício Deus aprovaria seus atos pecaminosos. Eles queriam adequar Deus aos seus estilos de vida profanos, mais Deus está cansado de assistir esses cultos, Ele não suporta mais o som dos hinos e dos instrumentos musicais e alguns cultos por mais pomposos que sejam causam ânsia de vomito em Deus. Estou falando sério! Existem alguns cultos que deixam Deus enjoado. A igreja de Laodicéia era muito boa em organizar esse tipo de culto. Laodicéia era uma Igreja financeiramente muito rica e se considerava muito forte e poderosa. Se Laodicéia existisse em nossos dias, ela com certeza seria uma Igreja suntuosa e próspera. Ela teria os melhores aparelhos de som e instrumentos musicais que o dinheiro pode comprar. Sua bancada seria confortável e seus corais animados e muito afinados. O ministério de louvor elogiado por todos e as mensagens agradariam a maioria dos ouvintes. Os cultos provavelmente seriam transmitidos pela internet e posteriormente por um programa de Tv nacional ou local. Não me entenda mal, não há nada de errado em ter essas coisas, e qual o pastor ou líder que não sonha em oferecer o melhor para a casa de Deus. O problema de Laodicéia não está em sua riqueza e sim no abandono ao verdadeiro culto à Deus. Deus foi colocado para fora dos cultos dessa Igreja. Como eu sei disso? Leia o texto:

“E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve… Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu… Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”  (Ap. 03.14-20).

Imagine a cena… O culto começa, o coral de Laodicéia canta e logo depois o ministério de louvor se apresenta e todos estão de pé com suas mãos levantadas, lágrimas correm dos olhos de alguns, o louvor e perfeito e afinado e todos parecem adorar de verdade ao criador, mas algo está terrivelmente errado com Laodicéia, e ela não consegue perceber. Aquele a quem eles parecem está adorando simplesmente não foi convidado para o culto! Aquele que deveria ser o motivo da adoração deles não encontrou lugar no culto. Eles fecharam a porta na cara dele! Jesus está do lado de fora da Igreja batendo na porta pedindo que estes substituam o culto a homens por um verdadeiro culto a Deus!


Quantas vezes usamos esse texto bíblico de apocalipse 03 para dizer aos descrentes que Jesus está batendo na porta dos seus corações e que eles devem abrir seus corações para serem salvos? E isso não deixa de ser verdade. Mas no texto bíblico Jesus está batendo na porta de uma Igreja que o deixou de fora de seus pomposos cultos. O mais trágico é que eles não sentem falta de Jesus no culto isso porque na verdade para muitos deles Jesus é apenas uma figura histórica ou um nome a ser lembrado em suas orações decoradas e religiosas. Seus cultos estão tão preenchidos com atividades “criativas” e programas voltados para o homem com o único objetivo de não perder membros e agradá-los a qualquer preço, que a Igreja deixa de ser um lugar de adoração para se tornar um clube social. Ao que parece a presença de Deus deixou de ser o foco das pessoas, e sabe por que isso acontece? Porque elas não querem pagar o preço pela presença de Deus em seus cultos.


O salmista nos aconselha:

“CELEBRAI com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração”  (Salmos 100).

Existe um jeito certo de se apresentar ao Senhor. Existe uma forma excelente de entrar pelas portas do templo, e não é com a cara fechada ou com o rosto e alma tomados por tristezas esperando que os ministérios que vão se apresentar consigam te animar ou te ofereçam um pedaço do “bolo” para que você se sinta melhor no final do culto. Nada disso! O culto começa com você e em você! Entrai diante dele com cânticos! Em seus átrios com louvor, e bendizei o seu nome! É assim que devemos chegar à casa de Deus, com louvores, adoração e benção em nossos lábios, almas e corações!


O culto a Deus tem sido considerado, pela maioria dos cristãos, como o ato central de identidade cristã através da história. Cultuar é antes de tudo entregar algo a Deus, e esse culto está ligado à adoração. Deus santifica e concede graças ao homem e este, em gratidão, o adora e serve, alcançando assim a sua salvação eterna, principalmente através da sua participação, por graça divina, dos méritos do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Você já chega ao templo cheio de alegria e gratidão porque você vem adorar a Deus por causa dos benefícios que você já recebeu através do sacrifício de Jesus na cruz. Você já vem de casa com todos os motivos que você precisa para adorá-lo, não há necessidade de alguém criar os motivos, Deus já nos deu o motivo chamado Jesus e este Jesus já nos deu o motivo morrendo por nós.


Ele não precisa fazer mais nada para ser digno dessa adoração. Ele não precisa enviar anjos, nem fazer milagres, muito menos fazer cócegas em você ou te arrebatar em uma linda visão dos jardins celestiais, para que você tenha algum motivo para adorá-lo. Ele através de Jesus nos deu todos os motivos que precisamos para entrar em seus átrios com alegria! É verdade que por sua graça ele continua nos dando milagres e nos enchendo de gozo do Espírito Santo e operando curas e maravilhas em nosso meio e esses são sinais de que ele permanece com a sua Igreja para que ela continue a pregar o evangelho com poder, arrancando as almas das mãos de Satanás e esse é o verdadeiro motivo para os sinais, eles não existem para o nosso divertimento pessoal e nem mesmo para inflamar as multidões. Recebemos dele capacitação para realizar a obra do evangelho que é o seu mandamento mais urgente!


Não há lugar para adoração a homens em um culto à Deus. Precisamos restaurar o culto e sua liturgia. Não podemos fazer um show de humor diante do trono de adoração, e nem profanar o culto com atividade e musicas que exaltam o homem e massageiam seus egos e causam ânsia de vomito em Deus.


A palavra liturgia para muitos evangélicos atuais soa de maneira estranha. Para esses, esse termo sugere um culto excessivamente formal, rígido, sem graça e consequentemente sem vida, mero tradicionalismo herdado do passado. Por isso mesmo muitas igrejas atuais estão abrindo mão da liturgia por um estilo de adoração mais espontâneo e participativo, sem fórmulas pré-estabelecidas. Mas aquilo que parecia trazer grandes bênçãos têm se tornado um peso muito forte para muitas igrejas, pois a reverência parece ter sido expulsa dos nossos cultos. Isso vem trazendo sérios problemas nos dias de hoje. O culto contemporâneo tem se desviado a tal ponto dos padrões bíblicos e históricos que muitos crentes estão começando a sentir a falta de uma liturgia mais reverente e disciplinada.

“Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?”  (Gálatas 3.03).

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor”  (Gálatas 5.13).

O culto a Deus é um culto cheio de liberdade, mas é também um culto racional e reverente. Deus se importa e muito com a liturgia e reverencia em nossos cultos. Ele se importa tanto que deu a Moisés ordens especificas no antigo testamento de como o culto deveria acontecer. Você pode está pensando: Mas vivemos na graça. A graça de maneira nenhuma afasta a reverencia e a verdadeira adoração de nossos cultos. Deus é santo e digno de todo louvor. Os anjos o reverenciam e o adoram. O novo testamento está cheio de registros sobre a reverência e adoração que devem ser dadas em um culto santo, e agradável a Deus! (Romanos 12).


De modo nenhum poderíamos cultuar com as cerimônias e liturgia do velho testamento até porque tudo ali eram sombras do que haveria de ser revelado, e tudo apontava para Jesus Cristo. Mas a reverencia, santidade e temor não podem ser esquecidos ou descartados em nosso culto a Deus. Jesus mesmo disse que o Pai procura os verdadeiros adoradores que o adorem em Espírito e em verdade. Se o pai procura os verdadeiros adoradores, Ele os procura em meio a um grande numero de falsos adoradores, que parecem adorar pelas mais loucas razões menos a verdadeira. Então da próxima vez que abrir a sua boca para cantar ou levantar as suas mãos para adorar, se certifique que está fazendo da maneira certa e pelo motivo certo!


Então não se esqueça de hoje mesmo abrir a porta para aquele que bate com a promessa de fazer uma grande festa em seu coração quando você o receber e o colocar como o único digno de ser adorado em sua vida!


Que Deus nos ajude a fazer tudo para a Sua glória!


Oséas Pontes, servo de Deus e vosso.


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