Edson Nakashima
Pudemos observar, em artigo anterior, o conceito de Revelação e vimos que a Palavra de Deus é a própria revelação de Deus. Cabe agora discutirmos de que forma essa Revelação chegou até nós. A própria Bíblia trata dessa questão especificamente em uma passagem já bastante conhecida, à qual vamos abordar agora.
Toda
a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o
homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)
Vamos nos concentrar em duas palavras apenas: “Escritura” e “inspirada”.
O
termo "Escritura", conforme se encontra em 2 Timóteo 3:16, refere-se
principalmente aos escritos do Antigo Testamento (3:15). Mas há
evidências de que os escritos do Novo Testamento já eram considerados
Escrituras divinamente inspiradas no período em que Paulo escreveu esta
carta. Para comprovar isso, vemos em 1 Timóteo 5.18 que Paulo cita a
passagem de Lucas 10:7 como Escritura. Assim, podemos confirmar que a
Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do Antigo
Testamento quanto do Novo Testamento, ou seja, toda a Bíblia.
Paulo
afirma também nesse versículo que toda Escritura é inspirada por Deus. A
NVI, assim como outras traduções em português, utiliza a palavra
"inspirada" para afirmar a origem da Escritura, termo que merece uma
reflexão. A palavra “inspirada” deriva, no original grego, do termo
theopneustos, que provém de duas palavras gregas:
· Theos, que significa "Deus",
· pneustos, que significa "respirar".
Sendo
assim, "theopneustos" significa literalmente "respirado por Deus".
Portanto podemos afirmar que toda a Escritura é o próprio sopro de Deus -
ou seja, o próprio Deus falando (2 Samuel 23:2); é a própria vida e
Palavra de Deus.
A palavra
“inspiração”, usada pelos tradutores para a língua portuguesa, vem do
latim e significa “respirar para dentro”. Este vocábulo, embora
consagrado pelo uso e, portanto, pela teologia, não traduz com perfeição
o processo de transmissão da Palavra de Deus, pois pode transparecer
que foi uma ação humana, mais que divina. Na realidade, foi o próprio
Deus que expirou sua Palavra, sendo uma ação divina, mais que humana. O
modo como esse processo ocorreu continua sendo ainda um mistério para
nós, embora muitos teólogos venham formulando diversas teorias para
explicá-lo.
No momento,
cabe-nos definir “inspiração” como a operação divina que capacitou os
escritores bíblicos a receber a mensagem divina e a transcrevê-la com
exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela
recebeu autoridade divina e infalível e garantindo a exata transferência
da verdade revelada de Deus para a linguagem humana inteligível.
Podemos afirmar com todas as letras que a Bíblia, nas palavras dos seus
manuscritos originais, não contém erro, sendo absolutamente verdadeira,
fidedigna e infalível.
De
qualquer modo, com o termo “inspiração” queremos dizer que a Bíblia não
foi uma obra realizada de homens, mas sim pelo próprio Deus. Sem essa
convicção, a Bíblia se torna apenas um mero livro, imperfeito em meio a
tantos outros, não podendo ser então considerada Palavra de Deus e
deixando de ser o padrão de vida para nós.
Para
que possamos construir maior convicção a respeito desse assunto, seguem
algumas provas da inspiração na própria Bíblia. Vale a pena estudá-las.
Provas da inspiração bíblica
1) Ordens específicas para escrever a Palavra do Senhor (Êxodo 17.14; Jeremias 30.2);
2) O uso de citações (Mateus 15.4; Atos 28.25);
3) O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (Mateus 5:17; João 10:35);
4)
O Novo Testamento afirma que outras partes do Novo Testamento são
Escrituras (1 Timóteo 5:18, Deuteronômio 25:4; 1 Coríntios 9:9; 2 Pedro
3:16);
5) Os escritores estavam conscientes de
estarem escrevendo a Palavra de Deus (Deuteronômio 18:18; 2 Samuel 23:2;
1 Coríntios 2:13; 1 Pedro 1:11-12).
6) Jesus
também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus
mínimos detalhes (Mateus 5:18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele
disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (João 5:19, 30:31;
7:16; 8:26). Ele falou ainda da revelação divina futura (i.e., a verdade
revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo
por meio dos apóstolos (João 16:13; cf. 14:16-17; 15:26-27).
Outras provas da inspiração
1) O Antigo Testamento afirma sua inspiração:
Deuteronômio
4:2, 5; 2 Samuel 23:2; Isaías 1:10; Jeremias 1:2-9; Ezequiel 3:1-4;
Oseias 1:1; Amós 1:3, 3:1; Obadias 1:1; Miquéias 1:1.
2)
O Novo Testamento afirma sua inspiração: Mateus 10:19; João 14:26,
15:26,27; João 16:13; Atos 2:33, 15:28; I Tessalonicenses 1:5; 1
Coríntios 2:13; 2 Coríntios 13:3; 2 Pedro 3:16; 1 Tessalonicenses 2:13; 1
Coríntios 14:37.
3) O Novo Testamento afirma a
inspiração do Antigo Testamento: Lucas 1:70; Atos 4:25; Hebreus 1:1, 2
Timóteo 3:16; 1 Pedro 1:11; 2 Pedro 1:21
FONTE:
http://www.icoc.org.br/#!A-forma%C3%A7%C3%A3o-da-B%C3%ADblia-Inspira%C3%A7%C3%A3o/c13oo/55d3b9ef0cf23f7ba76effbb
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