Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

24 de abril de 2016

O PRINCÍPIO DAS ALIANÇAS


I. CONCEITO

É o princípio pelo qual a interpretação de um versículo, ou de um grupo de versículos, é determinada por uma consideração do seu contexto de alianças. 

II. AMPLIFICAÇÃO

A. Definição de “Alianças”: Em português a palavra “alianças” significa um entendimento mútuo ou acordo entre duas ou mais pessoas, com cada uma delas comprometendo-se a cumprir certas obrigações. Nas Escrituras, as palavras em hebraico e em grego denotam um significado um tanto quanto diferentes:

Hebraico do 
Antigo Testamento:
BERIYTH = “cortar, fazer um contrato” (pelo fato de este contrato ser feito, passando-se entre pedaços de carne – Gn 15:17; Jr 34:18).

Traduzida:
confederação Gn 34:13; Ob 7
aliança Gn 6:18; Êx 2:24; 24:7,8; 34:28; Lv 2:13; Js 3:3; Sl 89:3,4,34; Dn 9:27
liga Js 9:6,7,11,15,16; Jz 2:2

Grego do
Novo Testamento:
DIATHEKE = “uma disposição, arranjo, testamento”

Traduzida:
testamento Mt 26:28; Hb 7:22; 9:15-17,20; Ap 11:19
aliança Lc 1:72; Rm 9:4; Ef 2:12; Hb 12:24; 13:20
SUNTITHEMAI = “reunir, juntar, ou fazer arranjos”

Traduzida:
compactuaram Lc 22:5
concordaram Jo 9:22; At 23:20
consentiram At 24:9

A palavra “aliança” nas Escrituras refere-se a um acordo ou contrato entre homens, ou entre Deus e o homem. Nas Escrituras, vemos que os homens frequentemente faziam alianças com outros homens com relação a vários assuntos (por exemplo, Gn 21:27,31,32 – aliança entre Abraão e Abimeleque, com relação ao poço de Berseba; Lc 22:5 – aliança entre os principais dos sacerdotes e Judas com relação ao preço da traição). 

O Princípio das Alianças em consideração aqui pertence somente às Alianças entre Deus e o homem. Em todos os casos das Escrituras, quando uma Aliança foi instituída entre Deus e o homem, Deus é visto como sendo o Iniciador. O homem não veio a Deus, com uma proposta, buscando a aprovação de Deus. Pelo contrário, Deus veio ao homem, declarando a Sua vontade, e buscando a adesão do homem. Estas Alianças são contratos entre Deus e o homem, redigidos por Deus e apresentados ao homem. O homem pode aceitá-las ou rejeitá-las, mas ele não pode mudá-las. Contudo, o uso da palavra “aliança” nas Escrituras nem sempre contém a idéia de uma obrigação conjunta, mas geralmente significa uma obrigação empreendida por uma só pessoa: Deus. Nestes casos, o aspecto da Aliança é enfatizado nas “promessas” (Gl 3:17; Rm 15:8)

B. Tipos de Alianças: Há dois tipos de Alianças Divinas, vistas nas Escrituras:

1. Aliança Incondicional: É uma Aliança em que Deus Se obriga a cumprir as promessas da Aliança, independentemente da resposta do homem. É uma Aliança cujo cumprimento não depende de o homem cumprir certas condições. Fórmula: “Eu farei isto, eu farei aquilo” (Êx 6:3-8; Gn 9:11).
2. Aliança Condicional: É uma Aliança em que Deus Se obriga a cumprir as promessas da Aliança, somente com a obediência do homem com as condições apresentadas por Deus. É uma Aliança, cujo cumprimento depende de o homem cumprir certas condições. Fórmula: “Se... então...” (Êx 19:5; Dt 28:58,59).

C. Classificação das Alianças: Deus Se revelou como um Deus que faz e guarda as Alianças (Sl 111:9; Hb 6:12-17). A fonte das Alianças é a graça de Deus, e o propósito das Alianças é o de transformar o homem à imagem de Deus e introduzi-lo numa plena comunhão com Ele. Há nove Alianças Divinas específicas reveladas nas Escrituras, com oito das quais sendo expressões progressivas da primeira. As Alianças são:

1. Aliança Eterna

2. A Aliança Edênica

3. A Aliança Adâmica

4. A Aliança Noaica

5. A Aliança Abraâmica

6. A Aliança Mosaica

7. A Aliança Palestínica

8. A Aliança Davídica

9. A Nova Aliança

Estas Alianças envolvem a eternidade e o tempo. A Aliança Eterna, feita nos Conselhos da Trindade na Eternidade, é uma Aliança toda-abrangente. Ela inclui em si mesma as outras oito Alianças, com cada uma delas constituindo uma expressão progressivamente reveladora dela no tempo, da forma como ela se relaciona com o homem. Todas estas nove Alianças estão envolvidas na natureza e plano na Criação e Redenção. As Alianças Eternas e Edênica envolvem primariamente o plano de Criação, ao passo que as Alianças Adâmica, Noaica, Abraâmica, Palestínica, Davídica, e Nova Aliança, envolvem mais especificamente o desenrolar na prática e a realização do Plano da Redenção.

D. Elementos das Alianças: Há basicamente três partes para cada uma das Alianças Divinas. Qualquer aliança é incompleta, e, portanto, inválida sem o testemunho destas três coisas. Estas três partes são:

1. As Palavras ou Promessas da Aliança

2. O Sangue da Aliança

3. O Selo da Aliança

Estes três elementos que constituem uma Aliança serão mencionados no seguinte esboço.

E. Esboço das Alianças

1. A Aliança Eterna – Hb 13:20,21

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Esta Aliança foi feita na eternidade, nos Conselhos da Eterna Trindade: Pai, Filho, e Espírito Santo. Ela foi feita de acordo com o eterno propósito de Deus que Ele propôs em Cristo antes de o mundo começar (Ef 1:4; 2:10;3:11; Jo 17:5). Ela foi fundamentada na presciência, eleição, e propósito predestinado de Deus. 

b. O Sangue da Aliança – O sangue da Aliança Eterna é visto no fato de que o Cordeiro de Deus foi morto desde a fundação do mundo (Hb 13:20,21; At 20:28). Este plano foi feito antes da fundação do mundo (Ef 1:4; 2:10; 1Co 2:7; Mt 25:34; Jo 17:5). Este plano também foi desde a fundação do mundo (1Pe 1:19,20; Ap 13:8; 17:8).

c. O Selo da Aliança – O selo divino envolvia “a vida eterna que Deus prometeu antes que o mundo começasse” (Tt 1:2 com 2Tm 1:9). É consumado no corpo glorificado de Cristo, e, depois ainda na Igreja (Fp 3:21).

2. A Aliança Edênica – Gn 1:26-30

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Muito embora a palavra “aliança” não seja especificamente usada com relação ao Éden, a linguagem de Alianças é evidente (Veja o Princípio da Primeira Menção). A Aliança Edênica envolvia a criação do homem à imagem de Deus. Ela foi feita antes da entrada do pecado. Adão tinha somente um mandamento que lhe havia sido dado. As promessas de domínio dependiam da obediência. Portanto, esta Aliança era uma Aliança condicional. (Gn 2:16,17).

b. O Sangue da Aliança – Adão foi criado como uma alma vivente. A vida da alma do homem está no sangue (Lv 17:11-14). Adão originalmente tinha sangue sem pecado. Alguns sugerem que sangue sem pecado foi derramado para que a noiva de Adão pudesse sair do seu lado. Isto prefigurava profeticamente a verdade de que o último Adão derramou sangue de Aliança sem pecado para providenciar a Sua noiva. Adão foi de fato um tipo d’Aquele que viria (Rm 5:14 com Ef 5:23-32).

c. O Selo da Aliança – Gn 2:8-17; 3:22-24 – A árvore da vida eterna era um sinal ou selo da Aliança Edênica. Ela foi perdida através do pecado, e o homem foi expulso do paraíso de Deus. A Árvore da Vida é restaurada em Cristo e através d’Ele (Ap 2:7; 22:2,14).

3. A Aliança Adâmica – Gn 3:1-24

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Muito embora a palavra “aliança” não seja especificamente mencionada aqui, a linguagem de Alianças é evidente. A Aliança Adâmica foi feita após a entrada do pecado. É a Aliança mais abrangente de todas. É uma aliança incondicional. Ela f oi baseada na graça de Deus e envolvia as promessas de redenção para o homem e o esmagamento final da cabeça de Satanás (Gn 3:15).

b. O Sangue da Aliança – Gn 3:21 – Adão e Eva testemunharam a primeira morte substitucionária e o derramamento de sangue animal sacrificial. Deus foi o Primeiro a derramar sangue. O inocente morreu pelo culpado. Isto prefigurava o Plano de Redenção, do corpo partido e o sangue derramado do Cordeiro de Deus. Isto era sangue de aliança.

c. O Selo da Aliança Adâmica – Gn 3:21 – O Selo da Aliança com Adão e Eva foram as túnicas de peles. Eles se desfizeram da cobertura de folhas de figueiras e aceitaram as túnicas de peles – uma cobertura aceitável a Deus, fornecida através da morte de uma vítima. Estas túnicas de peles prefiguravam o Selo de uma retidão pela fé, que viria através de Cristo (Jo 1:29; Rm 4).

4. A Aliança Noaica – Gn 8,9

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Gn 9:1-17 – É aqui que temos a primeira menção específica da palavra “Aliança”. Esta Aliança foi feita com Noé e com todas as criaturas vivas após o Dilúvio. A linguagem desta Aliança é muito semelhante à linguagem da Aliança feita com Adão (Gn 9:1-12 com Gn 1:26-30). Esta também é uma Aliança Incondicional. As promessas de Deus com relação à terra nunca mais ser destruída por um Dilúvio foram feitas a todas as gerações.

b. O Sangue da Aliança – Gn 8:20, 21 – Noé sacrificou ao Senhor ofertas e holocaustos e todas as aves e animais limpos. Aqui é evidenciada a fé em sangue substitutivo (Hb 11:6, 7). Vidas são perdidas, e o sangue de Aliança se torna a evidência da morte.

c. O Selo da Aliança – Gn 9:12-17 – O sinal, selo, ou símbolo da Aliança Noaica foi o “arco-íris”, o qual ainda é o Selo desta Aliança a todo o mundo. Quaisquer referências ao arco-íris nas Escrituras atestam o fato de que Deus é um Deus que guarda as Alianças (Ap 4:3; 10:1,2).

5. A Aliança Abraâmica – Gn 12:1-3;15;17;22

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Abraão é o pai de todos os que crêem (Rm 4:16). As promessas de Deus envolvidas na Aliança Abraâmica tocam no natural e no espiritual, no temporário e no eterno. A promessa principal era a promessa da salvação através de Cristo, a Semente de Abraão (Mt 1:1; Gl 3:16). Seria através de Cristo que todas as nações seriam abençoadas. Esta Aliança foi confirmada a Isaque (Gn 26:2-4) e a Jacó (Gn 28:314). Era uma Aliança Incondicional.

b. O Sangue da Aliança – Gn 15 – O sangue de aliança foi derramado na oferta dos cinco sacrifícios designados por Deus, que são mencionadas em Gn 15. Deus passou por entre os pedaços destes sacrifícios, enquanto Ele entrava em Aliança com Abraão.

c. O Selo da Aliança – Gn 17 – O sinal, selo, ou símbolo desta Aliança foi a circuncisão. Ela é distintamente chamada de “Selo da Aliança” (Rm 4:11 com At 7:8). Isto aponta para a circuncisão do coração, a circuncisão do espírito, e não da letra, ou da carne (Rm 8:28,29).

6. A Aliança Mosaica – Êx 20-40

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Esta Aliança foi expressamente feita com a nação escolhida, Israel. (Dt 4:10-13; 5:1-33). Ela oferecia promessas a Israel especificamente, e também foi uma Aliança condicional. As suas palavras foram sumarizadas nos Dez Mandamentos e amplificadas nas Leis Civis. Esta Aliança envolvia a distinção de carnes, a observância dos Sábados, e os dias de festivais. 

b. O Sangue da Aliança – Êx 24:3-8; Hb 9:18-20 – A Aliança Mosaica foi estabelecida com base em sangue sacrificial. Ele foi chamado de Sangue da Aliança, e foi espargido sobre o povo e sobre o Livro da Aliança.

c. O Selo da Aliança – Êx 31:12-18 – A Aliança Mosaica tinha o selo do dia do Sábado sobre ela. Este selo era distintamente o selo desta Aliança, e não de nenhuma outra. Ele apontava para o verdadeiro descanso do Sábado, que seria encontrado em Cristo (Mt 12:1-8; Hb 3,4).

7. A Aliança Palestínica – Dt 27-30

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Esta Aliança está vitalmente ligada à Aliança Mosaica. Devido a isto, ela não é muitas vezes reconhecida como uma Aliança. Contudo, Dt 29:1 esclarece esta questão para nós, dizendo: “Estas são as palavras da Aliança que o Senhor ordenou que Moisés fizesse com os filhos de Israel na terra de Moabe, além da Aliança que Ele fez com ele em Horebe.” Ela foi feita com a geração que estava para entrar na Terra Prometida, e foi uma aliança condicional. As suas promessas referiam-se às bênçãos e/ou maldições sobre a Palestina, a Terra Prometida. A residência de Israel na terra era condicional. Se estas condições não fossem satisfeitas, eles seriam expulsos (Lv 26 juntamente com Dt 28-29).

b. O Sangue da Aliança – Dt 27:1-8 – O dia em que a nova geração de Israel entrou na Terra de Canaã, um altar de pedras foi edificado ao Senhor, e ofertas sacrificiais foram feitas. Isto significava a purificação da terra, através de sangue de aliança e de expiação.

c. O Selo da Aliança – Dt 11;28;29 – O selo de Deus sobre a terra deveria ser evidenciado através das chuvas temporã e serôdia. A bênção e a frutificação através das chuvas é o selo de Deus através de Israel com base na obediência deles às leis da Sua terra. Quando Deus retinha as chuvas, isto era a evidência da Sua retenção do selo da Sua bênção. Este selo prefigurava a vinda das chuvas temporã e serôdia no derramamento do Espírito Santo (Tg 5:7 com Jl 2:23-32).

8. A Aliança Davídica – 2Sm 7:4-29; Sl 89

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – A Aliança que Deus fez com Davi foi uma aliança incondicional. Ela foi por implicação uma parte essencial da Aliança Abraâmica. A promessa principal da Aliança Davídica foi o que envolvia a vinda de Jesus Cristo, que era da descendência de Davi, como também da descendência de Abraão (Mt 1:1). Ele assumiria o trono de Davi, e governaria e reinaria sobre ele, como um Rei de retidão para sempre (Gn 49:8-12; Sl 89:3,4; 132:11,12; 1Rs 8:20-25; Jr 33:20,21; Is 9:6,7; Lc 1:30-33).

b. O Sangue da Aliança – 2Sm 6:17,18; 7:1-3 – Como em todas as Alianças anteriores, em que sangue sacrificial era derramado, assim também foi feito com a Aliança Davídica. Davi ofereceu sacrifícios ao Senhor na volta da Arca da Aliança. Foi nesta ocasião que a Aliança Eterna foi feita com Davi com relação à sua descendência, Jesus Cristo.

c. O Selo da Aliança – Sl 89:27-37 – Assim como Deus tomou o arco-íris para ser o sinal da Aliança Noaica, Deus usou aqui o Sol e a Lua para serem o sinal ou o selo da Aliança Davídica. Deus prometeu a Davi que enquanto o Sol e a Lua existissem, a descendência de Davi se assentaria sobre o Seu Trono. Este selo encontra o seu último cumprimento em Jesus Cristo, o Rei de reis e Senhor de senhores, o Governante deste mundo.

9. A Nova Aliança – Mt 26:26-29; Hb 8-9; Jr 31:31-34

a. As Palavras ou Promessas da Aliança – Jesus Cristo é a Nova Aliança personificada (Isaías 42:6; 49:8). Ele é o Mediador da Nova Aliança. A Nova Aliança é a Aliança da Graça e é eterna. Esta Aliança é a consumação de todas as alianças anteriores, e é a Aliança que introduz a humanidade redimida na Aliança Eterna – os propósitos eternos de Deus. Ela nunca será rejeitada e substituída por uma outra aliança porque ela cumpre todas as outras alianças em si mesma.

b. O Sangue da Aliança – Mt 26:26; Jo 19:34,35; 1Jo 1:7 – O precioso e incorruptível sangue de Jesus é o sangue da Nova Aliança. Ap 12:11; Hb 9. Todo o sangue sacrificial, de alianças, anterior apontava para o Seu sangue. O sangue de Jesus cumpre e abole todo o sangue animal tipológico. É o sangue da Aliança Eterna (Hb 13:20), o sangue do Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo (1Pe 1:19,20). É o sangue de Deus (At 20:28). Deus nunca mais voltará ao sangue animal, agora que Ele tem o sangue dos Seu Amado Filho.

c. O Selo da Aliança – 2Co 1:21,22; Ap 7:1-4;14:1,2 – O sinal e selo da Nova Aliança é o enchimento ou batismo no Espírito Santo. O Senhor Jesus tinha o Selo de Deus sobre Ele (Jo 3:33,34), e o crente em Cristo também deve receber o Selo e Deus (Ef :13,14; 4:30; 2Co 1:21,22; At 2:4). Este selo cumpre em si mesmo todos os selos anteriores. Digno de nota é o fato de que Deus nunca tomou o selo de nenhuma outra Aliança, para colocá-lo sobre uma outra aliança. Cada aliança tinha o seu próprio selo característico. No entanto, todos os selos anteriores apontavam para o selo da Nova Aliança.

F. Sumário da Revelação de Alianças: À luz da revelação totalmente abrangente as Alianças de Deus, a Bíblia não deve ser considerada como uma mera compilação de sessenta e seis Livros. Ao invés, ela deve ser considerada como UM SÓ LIVRO, com UM SÓ AUTOR, com uma progressão de pensamento do seu início ao fim. O Próprio Deus foi o mentor das Escrituras, utilizando vários métodos literários na apresentação de seus pensamentos, de uma maneira integrada e harmoniosa. Deus, sendo o Autor de todas as Escrituras, entrelaçou em todos os livros da Bíblia, a revelação progressiva dos Seus tratamentos de Aliança com o homem.

O método literário de revelação progressiva das Alianças, usado para se escrever as Escrituras dá origem ao Princípio das Alianças de interpretação das Escrituras.

III. QUALIFICAÇÃO

A. O primeiro passo no uso do Princípio das Alianças é a determinação de qual(is) Aliança(s) está(ão) sendo citada(s) no versículo ou passagem em consideração. Isto é f eito, prestando-se atenção à linguagem de Alianças.

B. Somente é prático usarmos o Princípio das Alianças quando o versículo ou passagem em questão envolve elementos ou a linguagem de alianças.

C. Ao usar o Princípio das Alianças, o intérprete precisa reconhecer que ele está trabalhando do todo para a parte e da parte para o todo. Ele precisa ter uma compreensão das Alianças, como um todo, para interpretar a parte, mas ele precisa também interpretar as partes para poder compreender o todo.

D. Ao usarmos este princípio, é preciso que haja um reconhecimento do inter- relacionamento das Alianças e de seus cumprimentos, em última análise, na Nova Aliança.

E. O intérprete precisa reconhecer que ele está sob a Nova Aliança, e ele precisa considerar as outras Alianças sob este mesmo ponto de vista. Assim sendo, ele interpreta todas as alianças, à luz da Nova Aliança.


IV. DEMONSTRAÇÃO

A. A Aliança Edênica: Ap 2:7 – “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do Paraíso de Deus”.Ap 22:14 – “Bem-aventurados os que guardam os Seus Mandamentos, para que tenham direito a árvore da vida.”

B. A Aliança Adâmica: Rm 16:20 – “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés”.

C. A Aliança Noaica: Ap 4:3 – “E havia um arco-íris ao redor do Trono, e era semelhante à esmeralda”.

D. A Aliança Abraâmica: Gl 3:29 – “E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.”
E. A Aliança Mosaica: Gl 4:10 – “Guardais dias, e meses, e tempo, e ano”.
F. A Aliança Palestina: Jr 11:25 – “E toda esta terra será um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.”

G. A Aliança Davídica: Lc 1:32,33 – “... e o Senhor Deus Lhe dará o Trono de Davi, Seu pai; e Ele reinará eternamente na Casa de Jacó, e o Seu Reino não terá fim.”

H. A Nova Aliança: Jr 31:31 – “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a Casa de Israel e com a Casa de Judá.”

I. A Aliança Eterna: Tt 1:2,3 – “Em esperança da vida eterna, que Deus, que não pode mentir, prometeu antes de o mundo começar, mas, a seu tempo, manifestou a Sua Palavra através da pregação...”

NOTA ESPECIAL: É digno de nota reconhecermos que várias passagens ou capítulos da Bíblia envolvem várias das Alianças, e, somente através de um estudo da linguagem de contexto é que podemos determinar quais Alianças estão sendo citadas. Exemplos disto são vistos nas seguintes referências.

1. Ez 16:59-62: As Alianças Abraâmica, Mosaica e Eterna estão todas envolvidas nestes versículos.

2. Os 1:6-10; 2:18-23: As Alianças Mosaica, Abraâmica, e a Nova Aliança estão envolvidas na linguagem destas passagens de Oséias.

3. Gl 3:1-29: As Alianças Abraâmica, Mosaica, e Nova Aliança são vistas em seus princípios neste capítulo.

4. Rm 9,10,11: Estes capítulos, que abordam a cegueira,e a rejeição de Israel no natural, e o seu re-enxerto pela fé, envolvem as três grandes Alianças: a Abraâmica, Mosaica, e a Nova Aliança.


FONTE:
http://donahermeneutica.blogspot.com.br/p/principio-das-aliancas.html


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