Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

26 de abril de 2019

A HISTÓRIA DE JESUS: ENTRE A FÉ E A INCREDULIDADE!



Por Luiz Sayão

Em nosso contexto de religiosidade efervescente atual, com toda certeza, um dos maiores temores dos defensores da fé é a incredulidade. É a conhecida terrível descrença. A falta de fé e a rejeição da verdade bíblica é claramente interpretada pela maioria dos cristãos como o maior pecado que o ser humano pode cometer. Além disso, dezenas de textos bíblicos corroboram esse enfoque. Afinal, a própria salvação é alcançada apenas mediante a fé (Ef 2.8,9)!

No entanto, devemos nos perguntar: será que toda dúvida é sinônimo de incredulidade? Existe diferença entre uma dúvida e outra? É mesmo verdade que “nenhuma dúvida vem de Deus”. Como devemos encarar os nossos momentos de dúvida e de questionamento da fé? Serão apenas frutos da “carne”? Trata-se de uma tentação diabólica? É resultado da ausência divina?

É muito interessante observar que a Bíblia está repleta de textos que expressam os conflitos e perguntas daquele que busca a Deus. É comum, por exemplo, o salmista questionar a demora divina em agir com a frase: “Até quando, SENHOR?” (Sl 6.3; 13.1; 79.5; 89.46). O profeta Habacuque age da mesma forma (Hc 1.2). Além disso, quando olhamos para os conhecidos servos de Deus como Moisés, Davi, Jonas e Pedro, podemos afirmar que nem sempre eles mantiveram a fé inabalável em todas as circunstâncias. Muitas vezes vacilaram de maneira impensável!

Todavia, talvez o exemplo mais contundente de dúvida na história da fé cristã foi o caso de Tomé. Em João 20.24-25 lemos:

24 Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. 25 Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei”.

A declaração explícita de incredulidade do discípulo Tomé assusta qualquer um. Parece um cético que emergiu do século 19, sob a influência do Iluminismo moderno. Como pode um apóstolo do próprio Senhor Jesus Cristo, da época da igreja primitiva, agir e pensar assim? Nem dá para acreditar.

A história surpreende a todos ainda mais por sua sequência inesperada. Vejamos os versículos 26-28:
26 Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” 27 E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”. 28 Disse-lhe Tomé: “Senhor meu e Deus meu!

Diante dessa realidade, creio que está na hora de colocar em dúvida as nossas próprias dúvidas. Será que podemos levar tão a sério nossa capacidade de duvidar? Será que os que duvidam, estão duvidando de verdade? Com toda sinceridade? Ou, quem sabe, muitos aparentes ateus e agnósticos, que se sentem tão incomodados com o evangelho, são na verdade “crentes enrustidos”. Não será por isso que reagem de modo tão emotivo diante das declarações da fé? Diante do “testemunho” de alguns incrédulos (semelhantes a Tomé), digo abertamente: Eu duvido!


Luiz Sayão

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