Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

21 de agosto de 2016

A confusão espiritual de C. S. Lewis autor de as Crônicas de Nárnia




Roberto Aguiar
 
Clive Staples Lewis, conhecido como C. S. Lewis, (1898 – 1963) foi um autor e escritor irlandês que se salientou pelo seu trabalho acadêmico sobre literatura medieval e pela apologética cristã que desenvolveu através de várias obras e palestras. É igualmente conhecido por ser o autor da famosa série de livros infantis “As Crônicas de Nárnia”. Foi chamado até de “Elvis Presley evangélico” devido à sua popularidade. É bastante conhecida sua influência sobre personalidades ilustres, dentre elas Margaret Thatcher, ex-primeira ministra inglesa. Seus livros foram lidos pelos seis últimos presidentes americanos e muitos de seus pensamentos citados em seus discursos. Foram vendidas mais de 200 milhões de cópias dos 38 livros escritos por Lewis, os quais foram traduzidos para mais de 30 línguas, incluindo a série completa de Nárnia para a língua Russa. Entre 1996 e 1998, quando foi celebrado o seu centenário, foram escritos cerca de 50 novos livros sobre sua vida e seus trabalhos, completando mais de 150 livros desde o primeiro, escrito em 1949 por Chad Walsh: “C. S. Lewis: O Apóstolo dos Céticos”. Lewis é respeitado até pelos que não concordam com a sua abordagem.

“Li todos os livros de C. S. Lewis, incluindo seus ensaios, suas coleções de cartas, sua ficção científica e As Crônicas de Nárnia. Li a maioria desses livros mais de uma vez, e li As Crônicas de Nárnia várias vezes. Li também todos os livros de Charles Williams porque ele era um amigo íntimo de Lewis, e Lewis elogiava muito os livros dele. Também li todos os livros de George MacDonald, porque Lewis o admirava e elogiava seus livros. A Viagem do Peregrino da Alvorada é o terceiro livro na série Nárnia. Ele promove diretamente os encantamentos e a magia. Uma parte da viagem é sobre uma ilha habitada por criaturas invisíveis chamadas Dufflepods. O personagem Lúcia usa um encantamento para tornar os Dufflepods visíveis. Ela examina um livro de encantamentos, que é bonito e fascinante. Ela então encontra o encantamento certo, profere as palavras e segue as instruções. Os Dufflepods (e Aslan) então tornam-se visíveis. O encantamento torna Aslan visível e ele fica satisfeito com o que Lúcia fez.

Muitos cristãos estão tratando os livros de Nárnia como se fossem uma alegoria, em que Aslan representa Jesus Cristo e as crianças representam os cristãos. Se você fizer isso com A Viagem do Peregrino da Alvorada, então estará retratando que Jesus Cristo fica satisfeito quando os cristãos recorrem à magia e aos encantamentos. E você estará apoiando a idéia que existe a magia e o encantamento do bem. Entretanto, a Bíblia proíbe claramente qualquer forma de feitiçaria:

“Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus.” [Deuteronômio 18:9-13]

No livro, os Dufflepods são governados por um mago. Ele usa a magia para reinar sobre os Dufflepods porque eles ainda não são maduros o suficiente para serem governados diretamente por Aslan. Assim, existe uma magia boa e um mago bom. Esse mago prepara as pessoas para terem um relacionamento com Aslan. Novamente, se Aslan for considerado um símbolo para Jesus Cristo, então a magia prepara as pessoas para serem cristãs. Na nossa cultura moderna, isso significaria que a Wicca é um modo para alguém vir a conhecer Jesus Cristo e se tornar um discípulo de Cristo.

Lewis ensinou muitas coisas boas, mas misturadas com elas estão ensinos que lançam a base para a apostasia(abandono da fé). Lewis disse também que “o cristianismo cumpriu o paganismo” e “o paganismo prefigurava o cristianismo” C. S. Lewis [Roger Lancelyn Green, C. S. Lewis: A Biography, Harcourt Inc., 1974, pg 274 e 30.] Em sua autobiografia (Surprised by Joy), Lewis conta como, aos 13 anos, ele abandonou sua fé anglicana devido à influência de uma supervisora na escola que estava envolvida com ‘teosofia, rosa-cruz, espiritismo, e toda a tradição ocultista anglo-americana”. E Lewis desenvolveu um “desejo forte” pelo ocultismo que permaneceu com ele mesmo após retornar para o anglicanismo. Ele disse:

“E isso iniciou em mim algo com o que, desde então, de tempos em tempos, tenho tido muita dificuldade – o desejo pelo sobrenatural, ou simplesmente, a paixão pelo ocultismo. Nem todos têm essa doença; aqueles que a têm saberão o que quero dizer. Eu uma vez tentei descrevê-la em um livro. É uma lascívia espiritual; e, como a lascívia carnal, tem o poder de tornar tudo o mais no mundo parecer desinteressante enquanto ela dura.” C. S. Lewis do livro [Surprised by Joy, Harcourt Brace, 1955, pg 58-60]

Lewis disse que descreveu essa lascívia pelo oculto em um livro. Ela aparece no terceiro livro de sua trilogia de ficção científica. Um personagem citado está no processo de ser iniciado em um círculo mais interno de cientistas que são ocultistas. Eles adoram os demônios, a quem chamam de “macróbios” (imensas e poderosas coisas invisíveis, ao contrário dos micróbios, que são coisas invisíveis e minúsculas).

“Aqui, certamente afinal (assim seu desejo sussurrou para ele) estava o verdadeiro círculo mais interno de todos, o círculo cujo centro estava fora do gênero humano – o segredo máximo, o supremo poder, a última iniciação. O fato que ele era quase completamente horrível não diminuía nem um pouquinho sua atração.” [C. S. Lewis, That Hideous Strength: A Modern Fairy Tale For Grown Ups, Collier Books, Macmillan Publishing Company, 1946, pg 259-260]

“Estas criaturas [demônios] … arfavam a morte sobre o gênero humano e sobre toda a alegria. Não a despeito disso, mas por causa disso, a terrível gravitação o sugava, arrastava e fascinava em relação a eles. Nunca antes tinha ele conhecido a força frutífera dos movimentos opostos na natureza, que agora o tinha em seu poder; o impulso de reverter todas as relutâncias e desenhar todos os círculos no sentido anti-horário.” [C. S. Lewis , That Hideous Strength, pg 269]

Observe que Lewis dizia que tinha problemas com aquele forte desejo pelo ocultismo desde que conheceu a supervisora na escola. Ele escreveu essa afirmação em 1955. Naquele tempo, ele já tinha escrito todos seus livros, exceto três (The Four Loves, Reflections on the Psalms, e A Grief Observed).

Lewis dedicou sua autobiografia a Bede Griffiths, um ex-aluno que se tornou um velho amigo. Griffiths fundou um “ashram cristão” na Índia( Ashram: é um eremitério hindu, uma espécie de convento onde os gurus e seus discípulos vivem em meditação). Ele dizia que os templos hindus são um “sacramento”. E ele dizia: “Ninguém pode dizer no senso correto que os hindus, os budistas ou os muçulmanos são ‘incrédulos’. Eu diria que temos de reconhecê-los como nossos irmãos em Cristo.” [Randy England, The Unicorn in the Sanctuary: The Impact of the New Age on The Catholic Church, TAN Books and Publishers, 1991, pg 70-72]. O que Bede Griffiths fez e disse é a conclusão lógica de uma frase que C. S. Lewis escreveu em Cristianismo Puro e Simples: “Existem pessoas em outras religiões que estão sendo levados pela influência secreta de Deus para se concentrar naquelas partes de sua religião que estão em concordância com o cristianismo e que, portanto, pertencem a Cristo sem saber. Por exemplo, um budista de boa vontade poderá ser levado a se concentrar mais e mais no ensino budista sobre a misericórdia e a deixar em segundo plano (embora ele ainda possa dizer que acredita) no ensino budista sobre outros pontos. Muitos dos bons pagãos muito antes do nascimento de Cristo podem ter estado nessa situação.” [Existem muitas edições do livro, e a numeração das páginas varia. Essa citação é do Livro IV, Cap. 10, quarto parágrafo.] Essa conclusão ecumênica esotérica comprova que Lewis não compreendeu os fundamentos da fé cristã.[Nota Roberto Aguiar]

Lewis dizia que foi fortemente influenciado por George MacDonald, que era um universalista(universalismo:opinião segundo a qual Deus vai salvar todos os homens e não só os eleitos)[ Obviamente não existirá julgamento]. O livro de MacDonald, Lilith, está baseado no ensino ocultista que Adão esteve casado com um demônio feminino chamado Lilith antes de se casar com Eva. No fim do livro de MacDonald, Lilith é redimida, e Adão diz que até mesmo o Diabo será eventualmente redimido. O universalismo aparece em alguns dos livros de ficção de Lewis. Em O Grande Divórcio, Lewis está no céu. Ele fala com George MacDonald e pergunta sobre o universalismo, e MacDonald responde que Lewis não pode compreender isso agora. No último livro de As Crônicas de Nárnia (A Última Batalha), um pagão chega ao céu. (o “País de Aslan”) por causa de suas boas obras e de seus bons motivos, a despeito do fato que ele não cria em Aslan e adorava o inimigo de Aslan, um falso deus chamado Tash. Lilith aparece em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. O Castor diz às crianças que a Feiticeira Branca é uma descendente de Lilith, que foi a “primeira mulher” de Adão. Isso pode causar confusão, especialmente na mente das crianças. Embora o Castor seja um personagem fictício, ele está falando com autoridade sobre o mundo real – os reais Adão e Eva da Bíblia.

Lewis elogiava Charles Williams e seus livros, de modo que li todos eles. São livros que misturam as trevas e o ocultismo com algumas compreensões sobre o cristianismo. Em The Greater Trumps, o herói é uma mulher santa que passa o tempo fazendo magias com as cartas do tarô. Williams era tão confuso quanto são seus livros. Ele começou como um sério ocultista. Ele acreditava na teosofia( Teosofia: Conjunto de doutrinas filosóficas que conciliam a razão e a fé, de tal maneira que se estabelece perfeita harmonia entre todas as religiões, seitas e escolas filosóficas)[ Teosofia era a religião de Hitler e da cúpula do nazismo] e em outros ensinos ocultistas, e ingressou na Alvorada Dourada, um grupo que pratica a “magia sexual”, que é sexo ritual realizado com o propósito de obter poder ocultista. (O notório satanista Aleister Crowley( o mais famoso guru do rock, mestre spiritual dos Beatles, Led Zepelin, Roulin Stones e muitos outros) foi membro da Alvorada Dourada.) Williams abandonou a Alvorada Dourada e ingressou na Igreja Anglicana, mas manteve algumas de suas crenças teosóficas.

Lewis também tinha um amigo íntimo chamado Owen Barfield. Lewis dedicou os livros de Nárnia a ele e deu o nome de Lúcia a um dos personagens para homenagear a filha de seu amigo. Barfield era um filósofo que se iniciou na teosofia e que criou sua própria versão da teosofia. De acordo com a teosofia, o Deus da Bíblia é um tirano, e Lúcifer (o Diabo) veio para resgatar a humanidade. Até mesmo essa visão tenebrosa de Deus aparece nos escritos de C. S. Lewis.

Após a morte de Joy , sua esposa, Lewis escreveu A Grief Observed, um livro que descreve seus pensamentos e lutas emocionais em decorrência da morte de sua mulher. A obscura visão teosófica acerca de Deus aparece nesse livro, como mostrado nas seguintes citações:

“Supor que a verdade seja ‘Deus sempre faz vivisseção’?( Vivisseção :dissecação ou operação cirúrgica em animais vivos, para estudo de alguns fenômenos anatômicos e fisiológicos). [C. S. Lewis, A Grief Observed, Bantam Books, The Seabury Press, 1963, pg 33]

É racional crer em um Deus mau? Em um Deus tão mau assim? O Sadista Cósmico, o Imbecil Odioso? [C. S. Lewis, A Grief Observed, pg 35].

Lewis não ficou aí. Ele vacilou entre o desespero e a esperança. Mas em seus momentos de agonia e de desespero, a visão teosófica de Deus voltava para aterrorizá-lo. Há outro problema com C. S. Lewis. Li todos os livros dele e não me lembro de uma passagem em que ele trata as Escrituras como tendo autoridade. Pode ser que ele tenha feito isso, mas se fez, não foi com freqüência suficiente, ou de forma suficientemente clara e enfática para ficar registrado. A teologia de Lewis parece estar baseada principalmente no raciocínio humano (incluindo a Teoria da Evolução e a Psicologia Freudiana)[ Ambas inimigas mortais da bíblia]. Algumas pessoas o chamam de “humanista cristão” (Humanismo: uma filosofia contrária ao verdadeiro cristianismo que coloca o homem como o centro de tudo).

As incontáveis similaridades entre os temas olímpicos e os livros de C. S. Lewis nos fazem lembrar que a natureza humana não muda com o tempo. Apesar das mudanças culturais ao longo das épocas, a humanidade enfrenta a mesma tentação intemporal de trocar os absolutos bíblicos pela atração dos mitos criados pelo homem. O poder de atração dos Jogos Olímpicos – contos emocionantes, idéias espirituais, poder triunfante, sensualidade carnal, e a visão de paz e unidade – combinam com as histórias persuasivas de Lewis.

“Durante os antigos Jogos Olímpicos, na Grécia, uma chama sagrada queimava no altar de Zeus, em cuja honra os jogos eram realizados. A chama era acesa para sinalizar a abertura dos jogos, e era apagada para sinalizar o encerramento…”

“A chama é acesa durante uma cerimônia no sítio do antigo estádio olímpico em Olímpia… Mulheres vestidas em trajes similares aos usados pelas antigas gregas utilizam um espelho curvo para fazer a tocha acender naturalmente, com os raios do sol. A suma sacerdotisa então apresenta a tocha para o primeiro corredor da corrida em revezamento.”

C. S. Lewis amava os Jogos Olímpicos. As raízes deles estão profundamente imersas nas antigas mitologias, que cativaram seu coração. Muito depois de decidir acreditar que a Bíblia era verdade (1931), ele continuou a justificar os mitos pagãos como precursores do evangelho. Em sua mente rica de imaginações, ele acreditava que “o cristianismo cumpria o paganismo” porque os dois eram simplesmente um fio contínuo da mesma história em evolução. A descrição de Lewis de sua viagem à Grécia em 1960 é coerente com essa persuasão:

“Tive certa dificuldade para evitar que Joy(sua esposa) e eu RECAÍSSEMOS NO PAGANISMO em Ática! Em Dafni, FOI DIFÍCIL DEIXAR DE ORAR A APOLO, o curador. Mas, de algum modo, a pessoa fica com a impressão que não seria uma coisa muito errada – teria sido apenas dirigir-se a Cristo, subespécie Apolônio. Testemunhamos uma bela cerimônia cristã em uma vila em Rodes e quase não vimos discrepância.”

Os mitos antigos nos dizem que os antigos Jogos Olímpicos foram fundados pelo poderoso Heracles (o Hércules dos romanos), filho de Zeus, o deus que reinava no Olimpo. Esse tema antigo continua a dirigir as Olimpíadas modernas e suas cerimônias de abertura. Uma parte reveladora é o hino olímpico, uma oração a Zeus, a deidade grega que reinava no Olimpo. Muitos justificariam esse ritual pagão de Lewis como pouco mais do que uma afirmação de um espírito benevolente que vem se adequar às exigências globais de uma espiritualidade universal. Mas Deus nos diz: “Não terás outros deuses diante de mim.” [Êxodo 20:3]

C. S. Lewis levou esse tema pagão adiante. Por exemplo, ele apresenta os deuses romanos Marte e Vênus como deidades angélicas visíveis no planeta Vênus em seu livro Perelandra, o segundo na sua Trilogia Espacial. Ransom, o herói principal, foi transportado para esse planeta por alguns elvilas amigos, mensageiros angelicais visíveis somente pela luz que emanam. Em Vênus, o nu Ransom faz amizade com uma Eva inocente e a protege de um tentador terreal, possesso por demônios. A batalha que ocorre esmaga o vilão, porém fere o calcanhar de Ransom, que continua a sangrar até o fim da história – como se fosse um cumprimento de Gênesis 3:15.

A história do terceiro livro na série, That Hideous Strength, ocorre na Inglaterra. Ransom agora precisa deter uma equipe de conspiradores malignos e totalitários que estão determinados a governar o mundo por meio das estratégias modernas de comportamento e poderes mágicos antigos. Forças mais fortes, porém, ficam ao lado de Ransom. Tenho viajado para Marte e para Vênus, ele tem contato contínuo com os amigáveis elvilas. Trabalhando com Ransom e Merlin (sim, o druida e mago dos antigos contos do Rei Artur que foi despertado de um sono de 1.500 anos), eles invocam os poderosos poderes do panteão planetário. O primeiro deus a aparecer é Mercúrio (chamado de Hermes pelos gregos), o deus “mensageiro” das obscuras magias herméticas. Lewis descreveu a cena de alteração da mente:

“A duplicação, divisão e recombinação dos pensamentos que agora estava acontecendo neles teria sido insuportável para a pessoa a quem aquela arte ainda não tinha sido ensinada no contraponto da mente, o domínio da visão duplicada e triplicada… Todos os fatos estavam partidos, espirrados em cataratas, pegos, virados de dentro para fora, amassados, mortos e renascidos como significado. Porque o próprio Senhor do Significado, o arauto… estava com eles… a quem os homens chamam de Mercúrio (ou Hermes).” [4, pg 322]

Momentos mais tarde, Vênus, a conhecida deusa do amor, chega. Marte vem logo depois. À medida que você lê o próximo excerto, lembre-se que nos jogos na antiga Grécia, os atletas – todos homens – competiam nus. A homossexualidade era considerada boa e normal. O fato que o amigo de longa data de Lewis, Arthur Greeves, era um homossexual, pode ajudar a explicar por que Lewis acrescentou esses detalhes antes de apresentar Zeus.

“Os três deuses que já tinham se encontrado… representavam aqueles dois dos Sete Gêneros, que têm certa analogia com os sexos biológicos e podem, portanto, ser em alguma medida compreendida pelos homens. Isso não seria assim com aqueles que estavam agora se preparando para descer. Esses também, sem dúvida, tinham seus gêneros, mas não temos pista alguma deles. Estas seriam energias mais poderosas: os antigos eldils… ” [4, pg 325]

“Subitamente um espírito maior veio… No andar de cima, seu poderoso feixe de luz tornou o Quarto Azul em uma chama de luzes… Reino, poder, pompa e cortesia festivas eram emitidos como as centelhas que saem de uma bigorna… Porquanto este era o grande Glund-Oyarsa, Reis dos Reis… conhecido entre os homens nos tempos antigos como Jove [também chamado Júpiter, pelo romanos, Zeus pelos gregos]… Então… Merlin recebeu o poder nele.” [4, pg 326-267].

C. S. Lewis via uma necessidade por uma ética global. Treze anos depois de chamar a si mesmo de cristão, ele escreveu A Abolição do Homem, que apresenta o Tao chinês, não a Bíblia, como o padrão ético e moral para toda a humanidade. Simbolizada pelo Yin Yang, esse Tao seria o guia supremo para os valores e para a ação – incluindo a atitude do homem com relação ao meio ambiente. Ele substituiria a Bíblia como a autoridade final e o guia para as nossas vidas – e para o bem comum. Considere estas afirmações em A Abolição do Homem, que Lewis – um fã de Charles Darwin(ateu criador da teoria da evolução) e da evolução – referencia em Cristianismo Puro e Simples. Observe que, na mensagem de Lewis, esse Tao precede até mesmo o Criador:

“Os chineses também falam de uma grande coisa (a maior de todas as coisas) chamada de Tao. Ela é a realidade que está por trás de todos os predicados, o abismo que existia antes do próprio Criador. É a natureza… É o caminho que o universo segue, o Caminho em que as coisas perpetuamente emergem… no espaço e no tempo. É também o Caminho que todo homem deveria seguir em imitação daquela progressão cósmica e supercósmica, conformando todas as atividades com esse grande exemplo… A essa concepção em todas suas formas, ao mesmo tempo platônica, aristotélica, estóica, cristã, e oriental, daqui para frente, por facilidade, referenciarei simplesmente como ‘o Tao'” [7, pg 30, 32]. C. S. Lewis [Isso é esoterismo puro!]

“Não olhamos para as árvores como Dríadas ou como belos objetos quando as cortamos em feixes para lenha: o primeiro homem que fez isso deve ter sentido o preço agudamente… As estrelas perderam sua divindade à medida que a astronomia se desenvolveu, e o Deus Moribundo não tem lugar na agricultura química.” [6, pg 78] [referindo-se aos mitos antigos em que o deus-sol morria durante o solstício de inverno] Desse ponto de vista, a conquista da natureza aparece em uma nova luz. Reduzimos as coisas à mera natureza de modo a que possamos ‘conquistá-las’.” [7, pg 79] C. S. Lewis

“Somente o Tao prova a lei humana comum de ação que pode estar por cima ao mesmo tempo dos governantes e dos governados… No próprio Tao, desde que permanecemos nele, encontramos a realidade concreta em que participar é ser verdadeiramente humano: a real vontade comum e a razão comum para a humanidade… Enquanto falamos de dentro do Tao, podemos falar do Homem ter poder sobre si mesmo em um sentido verdadeiramente análogo ao autocontrole individual. Mas no momento em que pisamos para fora e consideramos o Tao como um mero produto subjetivo, essa possibilidade desaparece.” [7, pg 81, 82] C. S. Lewis

Mas Deus diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” [Isaías 55:8-9]

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Turim teve uma apresentação dramatizada do famoso quadro de Botticelli, “O Nascimento de Vênus”. No quadro real, Vênus está nua. No palco olímpico, a modelo estava coberta modestamente por um tecido branco. Botticelli pintou esse quadro para a poderosa família Médici (que teve dois papas). “Como eles, o artista aderia ao neoplatonismo: uma teoria esotérica, filosófica e literária que misturava o paganismo no cristianismo e professava uma união espiritual com Deus.”

C. S. Lewis, que não era um fã das galerias de arte, gostava de Botticelli. Diz ele, “Tomei a decisão desesperada de ir à Galeria Nacional, onde finalmente cheguei à conclusão que não tenho gosto pela pintura… A única coisa (além dos quadros) com a qual me preocupei muito foi o quadro de Botticelli, ‘Marte e Vênus com os sátiros’…” Botticelli retratou a Divina Comédia, de Dante, um longo e alegórico poema que descreve a jornada espiritual de Dante pelo Inferno, pelo Purgatório e pelo Paraíso antes de retornar a Terra. Cinco séculos mais tarde, Lewis apresentou um ensaio sobre esse poema diante da Sociedade Dante, em Oxford. Se você assistiu a cerimônia de abertura, viu um grupo de atores no palco se moverem na forma de um coração pulsante. Eles estavam retratando a paixão – a paixão dos corredores que levam a tocha olímpica, dos treinos, da competição, da busca pela unidade global… A apresentação mais apaixonada naquela noite deve ter sido a ária da ópera Turandot, de Puccini, interpretada por Luciano Pavarotti. Porém, a música magnífica da Puccini não teria movido o coração de C. S. Lewis de forma tão dramática quanto faziam as óperas de Richard Wagner(Alem de gênio da musica clássica, foi um esotérico cultuador do paganismo germânico. Ele foi ligado a uma sociedade mística chamada Thulle, a mesma de Hitler, e os especialistas em estudos wagnerianos mostram como suas obras eram manifestações do paganismo germânico. Wagner foi um difusor do misticismo gnóstico germanista do qual veio nascer o nazismo) especialmente O Anel dos Nibelungos. Lewis ficava extasiado com os temas místicos e com a música dessa ópera. Em seu livro Surprised by Joy, ele descreveu sua paixão:

“Durante este tempo, eu ainda não tinha ouvido uma nota sequer da música de Wagner, EMBORA A FORMA DAS LETRAS IMPRESSAS DO NOME DELE TINHAM SE TORNADO UM SÍMBOLO MÁGICO PARA MIM… Ouvi primeiro uma gravação de A Cavalgada das Valquírias… Para um menino já amalucado pelos mitos nórdicos e germânicos que estão subjacentes na obra de Wagner, a Cavalgada veio como um relâmpago e um trovão… FOI UM NOVO TIPO DE PRAZER, SE REALMENTE ‘PRAZER’ É A PALAVRA CORRETA, EM VEZ DE TRANSTORNO, ÊXTASE, ASSOMBRO, ‘UM CONFLITO DE SENSAÇÕES SEM NOME.” [pg 75] C. S. Lewis

“Aprendemos no Livro de Orações a ‘dar graças a Deus por Sua grande glória’… CHEGUEI MUITO MAIS PERTO DE SENTIR ISSO PELOS DEUSES NÓRDICOS EM QUEM EU NÃO CRIA, DO QUE EU JÁ TINHA ALGUMA VEZ SENTIDO PELO VERDADEIRO DEUS ENQUANTO EU CRIA. Algumas vezes, quase chego a pensar que fui enviado de volta aos falsos deuses ali para adquirir alguma capacidade para a adoração…” C. S. Lewis [pg 77]”

Enquanto Lewis delirava com a cultura e a falsa fé do mundo, veja como ele reagia diante de seu contato com a igreja fundada por Cristo. C. S. Lewis freqüentou a mesma igreja durante trinta anos. A experiência não tinha nada de extraordinário a cada semana. A maior parte daqueles anos Lewis não se importava muito com os sermões; ele até mesmo sentava-se atrás de um pilar da igreja para que o ministro não visse suas expressões faciais. Ele ia ao culto sem música porque não gostava dos hinos. E saía logo após a comunhão da Ceia provavelmente porque não gostava de se envolver nas conversas com os outros membros depois do culto. Uma vez perguntaram para Lewis: “É necessário freqüentar um culto ou ser membro de uma igreja cristã para se ter um modo cristão de vida?”

Sua resposta foi a seguinte:

“Esta é uma pergunta que eu não posso responder. Minha própria experiência é que logo que eu me tornei um cristão, cerca de quatorze anos atrás, eu pensava que poderia me virar sozinho, me retirando a meu quarto e lendo teologia, e não freqüentava igrejas ou estudos bíblicos; e então mais tarde eu descobri que era o único modo de você agitar sua bandeira; e, naturalmente, eu descobri que isso significava ser um alvo. É extraordinário o quão inconveniente para sua família é você ter que acordar cedo para ir à Igreja. Não importa tanto se você tem que acordar cedo para qualquer outra coisa, mas se você acorda cedo para ir à igreja é algo egoísta de sua parte e você irrita todos na casa. Se há qualquer coisa no ensinamento do Novo Testamento que é na natureza de mandamento, é que você é OBRIGADO a participar do Sacramento e você não pode fazer isso sem ir à igreja. EU NÃO GOSTAVA MUITO DOS SEUS HINOS, OS QUAIS EU CONSIDERAVA POEMAS DE QUINTA CATEGORIA COM MÚSICA DE SEXTA CATEGORIA. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário.”

Entre alguns grupos da igreja de Cristo C. S. Lewis é difundido como um defensor da fé cristã, e por ser bem sucedido como escritor secular, goza de livre passagem tanto no mundo como na igreja; o que enche alguns de orgulho. No entanto devemos olhar a questão com mais cuidado e notar que os questionamentos tanto quanto as conclusões de Lewis são extremamente esquisitas, e alheias a tudo o que se conhece em relação à bíblia e aos sentimentos de Jesus. A linha de raciocínio de C. S. Lewis está sim totalmente coerente com as conclusões das pessoas do mundo que nunca nasceram de novo e encontram um sentido de vida em coisas que Jesus ensina absolutamente não existir valor algum. Nós Cristãos temos que vigiar sempre nossos sentimentos para que eles, seduzidos pelo mundo, não nos levem para longe das escrituras, o que significa isolamento de Deus. Os crentes por serem sempre desconsiderados e humilhados pela sociedade em que vivem, tendem a receber com euforia e pressa qualquer celebridade que esboce algo que se pareça a uma conversão, na esperança de que essa celebridade limpe um pouco sua imagem tão desgastada perante o mundo, de forma que possam exibir essa celebridade como uma conquista de seu time. Isso é um erro, uma espera em vão por uma aprovação que nunca virá, não sem prejuízo ao evangelho. A bíblia se bem interpretada, coloca um abismo entre a igreja e a opinião da sociedade organizada, a cultura do homem. Querer construir uma ponte sobre esse abismo é impossível sem prejuízo pessoal e eterno, no entanto ,há muitos que se lançaram nessa obra infrutífera esperando lograr algum êxito. Essa postura resulta da má compreensão da proposta de Cristo para a humanidade. Eu simpatizava bastante com C. S. Lewis até descobrir sua distorcida visão espiritual totalmente embasada na confusa cultura humana. Em uma certa altura de sua trajetória espiritual (infelizmente) este cristão se deixou enganar pela as artimanhas do maligno, fazendo uma miscelânea da cultura do mundo com o evangelho, descaracterizando-o. Na verdade sua obra juntamente com suas considerações revela que em toda a sua vida, Lewis nunca abandonou a sua paixão pela inútil cultura humana ao mesmo tempo em que demonstrou uma considerável apatia pela contracultura do sermão do monte. 
 

Roberto Aguiar

Mas Deus nos adverte: “Tu amas mais o mal do que o bem, e a mentira mais do que o falar a retidão.” [Salmos 52:3]

“Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos nos seus corações, e o tropeço da sua maldade puseram diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser interrogado por eles?” [Ezequiel 14:3]

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e sobreedificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” [Colossenses 2:6-9]”



Fonte:


Adaptação dos textos, “O Lado Ocultista de C S Lewis”, “Os Deuses do Olimpo e C S Lewis” e “Problemas com Nárnia O Lado Ocultista de C. S. Lewis”.

Mary Ann Collins (artigo extraído de Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to/articles2/006/narnia-trouble.htm) e http://www.cuttingedge.org

Protocolo da Cerimônia de Abertura em http://history1900s.about.com/library/weekly/aa081000a.htm

Roger Lancelyn Green, C. S. Lewis: A Biography, Revised Edition (Orlando, FL: Harcourt Inc., 1974), pg 30, 274. (A primeira referência aponta para a página 62 em Surprised by Joy (http://www.crossroad.to/Excerpts/books/lewis/surprised.htm).

http://www.crossroad.to/Excerpts/books/lewis/inklings-williams.htm

C. S. Lewis, That Hideous Strength, http://www.crossroad.to/Excerpts/books/lewis/hideous-strength.htm (MacMillan Publishing Company, 1946).

Alan Jacobs, The Narnian: The Life and Imagination of C. S. Lewis (HarperCollins, 2005), pg 52: http://www.torino2006.org/ENG/OlympicGames/bin/page/C_3_page_eng_58_paragraphs_paragrafo_2_attachments_allegato_0_object.pdf

C. S. Lewis, A Abolição do Homem, http://www.crossroad.to/Excerpts/books/lewis-abolition.htm, Rockefeller Center, NY: Touchstone, 1996 (publicado originalmente em 1944). Publicado em português pela Editora Martins Fontes, em http://www.martinsfontes.com.br.

Alessandro Botticelli, Italiamia, em http://www.italiamia.com/art_botticelli.html

Kathryn Lindskoog, Spring in Purgatory: Dante, Botticelli, C. S. Lewis, and a Lost Masterpiece, em http://www.lindentree.org/prima.html

Para mais informações, veja http://larryavisbrown.homestead.com/files/Ring/Ring0_intro.htm e http://larryavisbrown.homestead.com/files/Ring/Ring2_Valkyrie.htm:

C. S. Lewis, A Abolição do Homem; leia um excerto em http://www.crossroad.to/Excerpts/books/lewis-abolition.htm.

http://www.crossroad.to

http://www.espada.eti.br/db063.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clive_Staples_Lewis



VIA:  https://discernimentocristao.wordpress.com/2009/04/12/a-confulsao-espiritual-de-c-s-lewis-autor-de-as-cronicas-de-narnia/



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