No dia 8 de janeiro, o Boko Haram matou cerca de cem pessoas na cidade nigeriana de Baqa. Oito pessoas foram mortas em atentados suicidas em Bagdá, no Iraque, onde 15 mil pessoas morreram e 22 mil ficaram feridas por causa do terrorismo em 2014. O Estado Islâmico continua controlando áreas do Iraque e da Síria. E, ao contrário do discurso oficial, uma análise mais séria das estatísticas mostra claramente que a maioria dos muçulmanos pode ser considerada radical, como mostra este vídeo de Ben Shapiro e esta matéria do Felipe Moura Brasil:
E aí, vem a pergunta: como os cristãos devem reagir? Devemos ser
pacifistas e nos recusar a apoiar qualquer tipo de resposta militar a
tais ataques? Uma simples intensificação da obra missionária é
suficiente? Ou será que este assunto não é de nossa competência, e
devemos simplesmente ignorá-lo e fingir que o terrorismo é distante e
nunca atingirá nossos amigos, nossa família e a nossa nação? Devemos
fingir que esse terrorismo não mata e estupra cristãos ou os obriga a
deixarem tudo para trás e se transformarem em refugiados?
Creio que uma boa resposta a esses questionamentos está em Neemias 4:
Assim, edificamos o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o povo tinha ânimo para trabalhar. Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados. Ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar confusão ali. Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite. Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos carregadores, e os escombros são muitos; de maneira que não podemos edificar o muro. Disseram, porém, os nossos inimigos: Nada saberão disto, nem verão, até que entremos no meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra. Quando os judeus que habitavam na vizinhança deles, dez vezes, nos disseram: De todos os lugares onde moram, subirão contra nós, então, pus o povo, por famílias, nos lugares baixos e abertos, por detrás do muro, com as suas espadas, e as suas lanças, e os seus arcos; inspecionei, dispus-me e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa. E sucedeu que, ouvindo os nossos inimigos que já o sabíamos e que Deus tinha frustrado o desígnio deles, voltamos todos nós ao muro, cada um à sua obra. Daquele dia em diante, metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade empunhava lanças, escudos, arcos e couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá; os carregadores, que por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a arma. Os edificadores, cada um trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam; o que tocava a trombeta estava junto de mim. Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos no muro mui separados, longe uns dos outros. No lugar em que ouvirdes o som da trombeta, para ali acorrei a ter conosco; o nosso Deus pelejará por nós. Assim trabalhávamos na obra; e metade empunhava as lanças desde o raiar do dia até ao sair das estrelas. (Neemias 4:6-21)
Não ignore as ameaças
De certa forma, Neemias viveu um momento parecido com o atual. Ele
estava liderando a reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém, que
vivia sob o domínio do Império Persa. A obra tinha êxito e significaria o
fortalecimento dos judeus. Isso irritou aos povos vizinhos que,
liderados por Sambalate e Tobias, começaram a ameaçar a Israel. Era de
conhecimento público que eles:
- Ajuntaram-se para discutir o assunto;
- Resolveram atacar a Jerusalém;
- Queriam causar confusão;
- Pretendiam entrar no meio do povo e matar pessoas;
- Estavam preparados para "subir de todos os lugares" em uma ação militar organizada.
O objetivo era claro: interromper a obra. Era uma forma de exercer o
poder por meio da violência e do terror, à margem da lei, já que Neemias
era o governador e tinha autorização real para reedificar os muros de
Jerusalém. E Neemias não foi ingênuo. Não pensou que as histórias eram
exageradas. Não ignorou os boatos. Ele tomou providências para resolver o
problema.
Para nós, que vivemos 2500 anos depois de Neemias, a reconstrução de
Jerusalém é um símbolo da restauração da criação divina e da vinda do
Reino de Deus. Neemias é um tipo de Cristo, e debaixo das ordens de
Jesus, os cristãos estão restaurando não apenas o Templo (a Igreja), mas
a Cidade (o mundo). Somos chamados a tomar parte nesta obra. E, de
fato, a influência judaico-cristã sobre a sociedade atual não pode ser
negada. O Ocidente é filho da Igreja, quer gostemos, quer não. Ainda há
muito paganismo e idolatria, mas veja: a nossa "Jerusalém" continua
inacabada, com brechas nos muros e cheia de coisas por fazer.
Gradualmente, porém, os muros são levantados e a cidade é renovada.
E, da mesma forma que naquela época, há ódio e oposição a esta obra.
Qualquer avanço em Jerusalém é suficiente para mobilizar vários
inimigos, e os terroristas muçulmanos estão entre eles. Assim como
Sambalate e Tobias eram os porta-vozes daquele ódio, hoje há quem
vocalize, organize e realize ataques violentos, não apenas contra o
Templo, mas contra a Cidade. Não podemos ignorar essas ameaças.
Ore e pregue
O que Neemias fez quando estava diante das ameaças? Ele orou. Ele não
fez isso sozinho, pois o texto afirma que "nós oramos ao nosso Deus".
Antes de tomar providências "materiais", Neemias reuniu pessoas e levou o
problema ao Senhor. Provavelmente ele convocou todos os que
participavam da obra para orarem a este respeito.
Neemias não ficou apenas aí: ele também reuniu todo o povo, dos nobres
até os mais simples, e pregou a eles. Ele ordenou ao povo: "lembrai-vos
do Senhor, grande e temível". Embora o povo fosse receber orientações
de guerra e estivesse armado, a confiança de Neemias estava em Deus, e
não nos homens. E ele procurou fazer com que Israel se lembrasse dos
atos de Deus, se recordasse que o Senhor é maior que os inimigos e que
Ele também estava naquela obra. A vitória viria de Deus, e não da carne
humana.
Hoje nós oramos e "pregamos" muito pouco. As convocações públicas de oração são muito raras e pouco atendidas, pelo menos nas igrejas evangélicas tradicionais. Há igrejas que não marcam mais reuniões de oração. No Brasil, não se tem a visão de que a congregação inteira deveria unir-se em oração por alguns motivos que são comuns a todos. Os poucos chamados coletivos à oração são formais e frios, e raramente vemos os nossos líderes pessoalmente envolvidos na mobilização do povo.
Hoje nós oramos e "pregamos" muito pouco. As convocações públicas de oração são muito raras e pouco atendidas, pelo menos nas igrejas evangélicas tradicionais. Há igrejas que não marcam mais reuniões de oração. No Brasil, não se tem a visão de que a congregação inteira deveria unir-se em oração por alguns motivos que são comuns a todos. Os poucos chamados coletivos à oração são formais e frios, e raramente vemos os nossos líderes pessoalmente envolvidos na mobilização do povo.
Da mesma maneira, quantas vezes não
lutamos e reconstruímos Jerusalém sem uma palavra orientadora de Cristo?
Lamentavelmente, muitos divorciaram a fé da vida cotidiana, e acham que
o Jerusalém é apenas o Templo, esquecendo-se que o Reino de Deus não é
apenas eclesiástico, mas envolve todas as coisas. O nosso sucesso,
inclusive político, depende de Deus. É n'Ele que devemos esperar, é dos
atos d'Ele que devemos nos recordar e é Ele quem nos dará vitória, não
apenas contra terroristas muçulmanos, mas contra ativistas ateus e
seculares que querem impedir que o reino de Deus saia do Templo e
transforme a cidade.
Empunhe as armas
Por fim, é preciso lembrar que a luta não é apenas espiritual, mas
também se dá no mundo "físico", material. Embora a nossa luta não seja
contra carne ou sangue, mas sim contra os poderes espirituais (Efésios
6:12), precisamos sim estar alertas para nos defender fisicamente em
caso de agressões. Individualmente, somos chamados a dar a outra face
(Lucas 6:29), mas Deus providenciou, por meio do Estado, um meio de
defesa contra os que praticam o mal:
Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. (Romanos 13:3-4)
O Estado não é sujeito apenas ao povo, ele está sujeito a Deus, que
Reina sobre tudo, quer gostemos, quer não. E, na qualidade de ministro
de Deus, o dever do Estado é castigar os que fazem o mal, é o de exercer
a vingança, nem que para isso seja necessário fazer uso da espada.
O que isso significa? Significa que estão errados os que querem retirar a
"espada" das mãos das Forças Armadas e dos policiais. No que diz
respeito à defesa nacional e à manutenção da ordem, o Estado deve ser
forte e deve usar suas armas para proteger os bons e punir os maus. Os
mortos devem ser vingados: precisamos recuperar o ensino do Novo
Testamento de que o Estado é um vingador. A Bíblia não dá ao Estado um
papel regenerador, mas sim punitivo.
E se o Estado falha em seu papel? Creio que devemos fazer o que Neemias
instruiu os israelitas a fazerem: com uma mão eu faço a obra e com a
outra eu seguro a espada. Os cristãos precisam entender que é necessário
estarmos preparados para nos defender. Como?
- Incentivando os cristãos a serem policiais e integrantes das Forças Armadas. O pacifismo não é bíblico;
- Defendendo o direito de cada um portar armas para a sua defesa, com responsabilidade;
- Votando em quem defenda que o Estado cumpra seu papel bíblico e promulgue leis que protejam os bons e punam os maus;
- Aprendendo a se defender, não apenas militarmente, mas
intelectualmente. Precisamos aprender a nos defender em debates, na
mídia, nas redes sociais e onde quer que surjam os Tobias e Sambalates
que querem interromper a reconstrução de Jerusalém.
E a outra face?
Quanto ao texto de Jesus, é preciso que nos lembremos de alguns fatos, para não cometermos erros de interpretação bíblica.
Em primeiro lugar, a Bíblia toda é igualmente inspirada,
inclusive o Antigo Testamento. Sim, há mandamentos que foram revogados
no Novo. Mas há um ensino por trás de tudo o que está lá, inclusive de
textos como o de Neemias. Não podemos ignorar também o ensino de Romanos
13, que é tão autoritativo para nós quanto o Sermão do Monte.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Timóteo 3:16-17)
Em segundo lugar, o ensino de Jesus no Sermão do Monte é aplicado a situações individuais.
Quando alguém me agride fisicamente, devo dar a outra face, perdoar,
amar o meu inimigo. É diferente de um método organizado e sistemático de
destruição do povo de Deus. Não se pode ignorar o contexto do
mandamento para extrapolá-lo e aplicá-lo a toda a sociedade, inclusive
ao Estado. Se os cristãos não tivessem pegado em armas para lutar na Batalha de Poitiers,
a Europa seria toda islâmica hoje e o cristianismo talvez tivesse
desaparecido. Luteranos, calvinistas e até os seguidores de Zwinglio
pegaram em armas para lutar pelo direito de viverem a sua fé.
Por fim, o próprio Jesus dá margem ao direito de defesa em Lucas 22:35-38.
A seguir, Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles. Então, lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores. Porque o que a mim se refere está sendo cumprido. Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeu-lhes: Basta!
Acima, o Senhor manda aos discípulos que comprem espadas. Quando Jesus,
mais tarde, impede a Pedro de usá-la contra os soldados, é porque o
destino do Senhor era o de morrer na cruz. Clicando aqui,
você vê uma ótima explicação dessa passagem. Contudo, em outro
contexto, o próprio Senhor lutará e matará todos aqueles que se
levantarem contra Ele:
Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. (2 Tessalonicenses 2:7-8)
Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES. (Apocalipse 19:12-16)
Cada soldado pode lutar em paz, porque Jesus também lutará em uma
guerra. Quando um soldado ou policial precisa matar a um malfeitor em
seu ofício, por causa da justiça, pode fazê-lo sabendo que o Senhor
Jesus também fará o mesmo, pelo mesmo motivo. Se o mandamento do Sermão
do Monte fosse algo que pudesse ser extrapolado para todas as situações,
o próprio Jesus não seria retratado como o Cavaleiro Vencedor. Da mesma
forma, quando agindo corretamente, debaixo da Lei de Deus, também nós
não precisamos nos envergonhar de lutar para nos defender, da mesma
forma que Neemias estava preparado para fazer.
Lembro que a resposta cristã não é, porém, a de impor o Reino de Deus pela violência. Nós nos defendemos, se necessário. No passado, lutamos contra os inimigos que queriam nos impedir de adorar ao Senhor e de trabalharmos pelo Seu Reino. Devemos fazer isso, de novo, se necessário. Quanto ao mais, no tempo do fim, o próprio Senhor se encarregará dos reinos e nações que se levantarem contra Ele e a sua Igreja. Até lá, preguemos e nos defendamos, como o Senhor nos ordena a fazer na Bíblia.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
FONTE:
http://reformaecarisma.blogspot.com.br/
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