Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

21 de junho de 2014

É Bíblico o Judaísmo Messiânico?


1) O que é o Judaísmo Messiânico?

É um movimento evangélico que visa converter os judeus (isto é, os que possuem uma herança judaica e vivem em comunidades judaicas) para o cristianismo. Esse movimento possui como premissa principal a manutenção de costumes judaicos tradicionais. Em outras palavras, o judeu messiânico torna-se cristão sem que seja exigido dele o abandono de seus valores culturais e de sua comunidade.

2) A Bíblia permite o cristão guardar costumes judaicos?
 
Permite, mas com restrições categóricas. O cristão pode de livre consciência guardar o sábado, as festas e as comidas (Colossenses 2:16-17; Romanos 14:1-6), mas não pode instar os demais irmãos a imitá-lo (Gálatas 1:6-9). No entanto, é preciso deixar absolutamente claro que o Senhor Jesus tornou a Lei obsoleta, através de Sua crucificação e ressurreição (Hebreus 8). Quando um judeu, mesmo convertido à fé, continua a guardar determinados mandamentos obsoletos da Lei, ele o faz em prejuízo de sua própria liberdade (Gálatas 5:1). Essa atitude é considerada deficiência na fé, em decorrência de falta de entendimento bíblico, e não uma coisa louvável (Romanos 14:1-6). O Único que conseguiu cumprir com a Lei em sua totalidade, foi o Senhor Jesus Cristo e ninguém mais (Tiago 2.10). Quando Pedro quis que os gentios convertidos a Cristo adotassem costumes judaicos, Paulo diz energicamente a ele o seguinte: "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada."(Gálatas 2.16) O cristão que volta ao período da Lei, as Escrituras Sagradas em o Novo Testamento dizem que estão separados de Cristo. Gálatas 5.4: "Separados estais de Cristo, vós os que justificais pela lei; da graça tendes caído."
 
Em Atos 15 é citada a dissensão na igreja por causa da forte pressão exercida pelo grande número de convertidos judeus sobre os novos crentes, para que estes se circuncidassem a fim de serem salvos (v. 1). Tal ensino não prosperou devido a oposição de alguns apóstolos, especialmente de Tiago (v. 13). No seu julgamento os gentios convertidos não deviam ser “perturbados” (v. 19).
 
Na sua Epístola aos Gálatas, Paulo nos informa que até mesmo o Apóstolo Pedro se deixou dissimular temendo um grupo de judeus convertidos quando este comia com os gentios também convertidos. Até mesmo Barnabé estava sendo influenciado.
 
A reação de Paulo foi enérgica. O Apóstolo repreendeu a Pedro, afirmando que o homem não é justificado por obra da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus (Gálatas 2.11-14). Paulo volta a falar desta tentativa do judaísmo da igreja em Colossenses. Parece que havia ali uma espécie de “Heresia Colossense” que tentava anular a liberdade cristã, sujeitando-a a rituais que envolviam comida, bebida, lua nova e guarda do sábado. O assunto é tão sério (judaísmo na igreja) que nas cartas às igrejas, em Apocalipse, o Senhor Jesus faz referência a uma “Sinagoga de Satanás”, infiltrada na igreja de Filadélfia, cujos membros se declaravam judeus, mas não o eram e mentiam aos demais (Apocalipse 3.9).A igreja primitiva se viu livre da persuasão dos judaizantes apenas a partir do ano 70, quando o general romano Tito destruiu o templo e dispersou os judeus, inclusive os judeus cristãos e o judaísmo deixou de ter influências na fé cristã.
A liberdade do Espírito livrou-nos das amarras das tradições religiosas, que nos impediam de um relacionamento direto com o Senhor. Tal relacionamento é fundamental para que possamos ser transformados e conformados à imagem do homem perfeito e completo: Jesus Cristo (Romanos 8.29; Efésios 4.13).
Como Israel foi incapaz de cumprir a aliança mosaica, Deus, graciosamente, prometeu dar-lhes uma nova aliança e um novo coração para obedecerem a Deus. Esta aliança está registrada em Jeremias 31.31-34.

3) E por que o Judaísmo Messiânico pode ser considerado anti-bíblico?
 
Porquê o Judaísmo Messiânico inverte a lógica de que guardar mandamentos obsoletos é uma deficiência na fé. Este movimento faz da deficiência uma qualidade; e da qualidade (isto é, a liberdade relativa aos mandamentos) uma coisa não aprazível. E também o Judaísmo Messiânico não têm autorização bíblica para instar os irmãos a guardarem os mandamentos judaicos (como a circuncisão). Entretanto, existem três fatos particularmente graves no Judaísmo Messiânico:

a) como o movimento implica em instar o judeu a guardar suas tradições culturais com vistas a construir uma nova comunidade judaica que é crente em Cristo, infere-se que existem duas comunidades cristãs doutrinária e culturalmente diferentes (a gentílica e a judia messiânica). Ou seja, o Corpo de Cristo fica particionado (Romanos 10:12; 1Corintios 12:13; Gálatas 3:28);

b) como parte dos valores culturais que os judeus guardam advém de livros não-inspirados (como o Bar Mitzvah, Hanukkah, etc), infere-se que os messiânicos guardam mandamentos não ordenados por Deus. Em outras palavras, eles estão indo além do que a Bíblia ensina (Deuteronômio 4:2; Deuteronômio 12:32; Provérbios 30:6; Gálatas 1:9; Apocalipse 22:18).

c) o Judaísmo que sobreviveu a destruição do Templo em 70 d.C., é descendente da seita dos fariseus. Os escritos dessa seita foram compiladas sob a influência pagã da Babilônia, durante o Cativeiro imposto por Nabucodonosor. Assim o Talmude e a Cabala, pilares da fé judaica moderna, são livros essencialmente gnósticos. Além do mais, a Cabala é um livro panteísta. Sabe-se que o gnosticismo foi o maior inimigo da igreja primitiva, fato que motivou o apóstolo João a escrever o Evangelho de João para reafirmar a divindade de Cristo para os hereges que lá se infiltraram. Infere-se, portanto, que o Judaísmo messiânico, guardando os preceitos judaicos nessas condições, é uma porta de entrada para a Gnose na igreja.
Além disso: 
- O judaísmo pratica hablações e holocaustos pelo pecado, porém Toda a lei e cerimonial do Antigo Testamento se cumpriram plenamente em Cristo. O fim da lei é Cristo (Romanos 10.4). Os holocaustos e ofertas na Festa do Tabernáculo cessaram quando o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, morreu em nosso lugar (João 1.29). Não precisamos mais dos dias santos e cerimônias judaicas (Colossenses 2.16; Gálatas 2.9-11). Nem mesmo os judeus precisam mais destas celebrações, visto que elas simplesmente apontavam para o que viria, ou seja, o Senhor Jesus e o seu sacrifício vicário.
A Festa do Tabernáculo, não é mais uma celebração, nem um culto, não tem valor algum.  Ele guardava a lei de maneira irrepreensível até que conheceu a sublimidade de Cristo, e passou a considerar todas as coisas como “refugo”, o que é lançado aos cães, lixo (Filipenses 3.8).
-Do judaísmo há o ministério sacerdotal de únicos indivíduos, o ministério sacerdotal se encerrou no Antigo Testamento. Todo ministério sacerdotal foi substituído integralmente por Jesus. O escritor aos Hebreus afirma que Jesus é sacerdote para sempre (Hebreus 5.6). Ele é o nosso grande sacerdote no céu (Hebreus 10.21). No Novo Testamento não existe mais a figura do “sacerdote” se referindo a homens, a não ser em 04 ocasiões onde ela aparece no plural (1 Pedro 2:9; Apocalipse 1.6; 5.10; 20.6), nestes casos se referindo à toda igreja, ao conjunto do povo de Deus, como sacerdotes do Senhor. É o que Martinho Lutero chamou de: O Sacerdócio Universal de Todos os Crentes. Na relação dos dons citados nas escrituras (Efésios 4.11; 1 Pedro 4.9-10; 1 Coríntios 12.8-10; 28; Romanos 12.6-8) não aparece o dom de “levita” e nem faz qualquer menção a ministérios sacerdotais.

4) Justifica-se tanto apego às raízes culturais judaicas?
 
Absolutamente não. É necessário que se entenda que os judeus ou os gentios que se convertem na presente Era da Graça são apenas cristãos que, conforme seu galardão, governarão com Cristo e para Cristo o remanescente salvo da Grande Tribulação. Esse apego não tem nenhuma importância espiritual (exceto o de ser reprovável, como já discutido), porquê os gentios salvos também governarão e julgarão o mundo com Cristo. Mesmo a Era Milenar, onde o remanescente salvo é governado por Cristo e pelos salvos que foram arrebatados e onde alguns costumes judaicos são guardados como simbolismo, será curtíssima. Porquê todos nós convertidos na presente Era temos como destino final a Nova Jerusalém e o serviço ao Deus Triuno que nos será dado então.

E mais: A Bíblia diz expressamente que um perdido só pode ser um judeu em espírito (Romanos 2:28-29). Desde o momento em que Cristo obteve a Sua vitória na cruz, todas as conversões de gentios para o judaísmo mosaico tornaram-se nulas: um gentio que se converte ao judaísmo mosaico continua gentio. E os judeus agora carecem da graça de Deus, como se fossem gentios (Oséias 1:9).

Há de se notar também que o Judaísmo moderno não é o Judaísmo mosaico. Portanto, se já é nula a conversão para o Judaísmo verdadeiro na Era da Graça, muito mais será nula a conversão de um gentio para o atual Judaísmo gnóstico que sobrevive desde a última Diáspora!

5) O Judaísmo Messiânico prega alguma heresia digna de nota?
 
Os messiânicos estão divididos em vários ministérios. Todos têm em comum os problemas listados aqui. Mas alguns vão além e negam a Trindade e a Divindade de Cristo. No Concílio de Niceia, em 325 A.D, a igreja afirmou que não queria nenhum relacionamento comum com os judeus. Hoje, quase 20 séculos depois do Concílio de Jerusalém (Atos 15) parece que a igreja voltou a sofrer da “Heresia dos Judaizantes”. A diferença é que a pressão não é de fora para dentro, isto é, não vem dos judeus convertidos, mas é de dentro para fora.
 
A Lei foi entregue aos Judeus, povo escolhido de Deus. Este povo segue até hoje com sua tradição, própria deles e de nenhum outro povo, por esta não ter sido estendida a outros. A Torah (os cinco livros de Moisés) é o que os orienta espiritualmente. Eles não reconhecem o Novo Testamento, ou seja, a figura de Jesus, tanto preconizada no Velho Testamento pelos profetas. Os Judeus ainda acreditam que o Messias estar por vir. Deste ponto de vista, eles estão certos em guardar o sábado e todo procedimento religioso, particular da tradição judaica.
 
Não nos compete, aqui, questionar o povo judeu, mesmo porque Deus tem um propósito para com eles, mas aqueles que, erroneamente, se orientam da Bíblia, sem considerar que, com a vinda de Jesus, “o véu do santuário rasgou-se de alto a baixo”, ou seja, a Lei deu lugar à Graça Divina.
Se não vejamos Gálatas 5.4: “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”. 
 
Jesus foi perseguido por ter trabalhado no sábado, realizado curas e prodígios neste dia, o que não era permitido pela Lei. No versículo 10 temos: “Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito”. Diziam isto porque, sob pena da Lei, qualquer judeu seria apedrejado, até a morte, caso não observasse a guarda do sábado. Em todo o Novo Testamento Jesus faz-se Senhor absoluto, incontestável da nova aliança, do novo pacto, do momento da Graça. E todo o Velho Testamento está realçado na vinda do Messias, Daquele cujo jugo é suave e o fardo é leve. 
A Lei foi entregue aos judeus através de Moisés. Lei esta que não se restringe somente aos Dez Mandamentos, mas a inúmeros requisitos impostos aos judeus, os quais até hoje vivem sob tal jugo.
 
O que a Lei diz, vejamos: Lucas 13.14:  “O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado”.
Disse-lhe, porém, o Senhor: "Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem satanás trazia presa há dezoito anos?”
 
Em 2Coríntios 3, o apóstolo Paulo nos fala da nova aliança:  “. . . o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. E se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito!”.
 
Como fica a Lei com o advento do Novo Testamento de Cristo?
Gálatas 5.14:  “Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Para completar, leiamos Gálatas 5.18:  “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei”.
Portanto, voltar para o período da lei e o mesmo que anular o sacrifício de Cristo na cruz do calvário.
É sair da dispensação da graça e voltar ao jugo da servidão.
 
Tomemos cuidado com toda a manifestação desnecessária de liturgias!
 
 
FONTE:
http://textosquenaoescrevi.blogspot.com.br/2012/10/e-biblico-o-judaismo-messianico.html 



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