"Esta
é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência, mas
pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos." (Zc 4.6)
"Esta
é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência,
mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos.
Zacarias 4:6
Zacarias 4:6
Essa passagem
do profeta Zacarias está inscrita com letras hebraicas nos dois braços
inferiores da Menorá, o candelabro de sete braços que se encontra
na frente do Knesset (parlamento israelense) em Jerusalém. É sempre
uma bênção ter uma passagem da Bíblia diante dos
olhos, e é importante que exista a preocupação de interiorizar
a verdade bíblica pela fé, fazendo-a falar bem fundo ao nosso
coração.
"Não
por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos" (Zc 4.6). Transpondo isso para a nossa linguagem
atual, significa abrir mão de recursos exteriores colocando toda a confiança
no poder e direção do Espírito Santo. E aí se impõe
a você e a mim a pergunta bem pessoal: será que estou disposto
a trilhar esse caminho bíblico, que, sem dúvida, trará
consequências consigo?
O príncipe
deste mundo puxa as pessoas para o caminho inverso, fazendo-as buscar demonstrações
de força e poder. Pensemos apenas no poder do dinheiro. Por trás
dos pequenos negócios estão as grandes firmas, e, por trás
delas as grandes multinacionais, esperando por suas vítimas como o fazem
as serpentes. Apocalipse 18.23b as desmascara: "...pois os teus mercadores
foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas
pela tua feitiçaria."
Ou pensemos
no controle eletrônico da população mundial. Apesar de se
falar muito em proteção de dados, armazenam-se dados e informações
em todos os lugares. Hoje isso talvez pareça algo inofensivo por se tratar
basicamente da armazenagem de endereços, que são passados ou vendidos
de uma firma a outra, mas sabemos que as malhas da rede ficarão cada
vez menores no fim dos tempos, de tal modo que "...ninguém possa
comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou
o número do seu nome (666)" (Ap 13.17). E no final todo
o poder global será entregue à besta (anticristo), conforme Apocalipse
17.13.
Concentração
de poder com vistas a uma união mundial também acontece na área
política com a desculpa de se alcançar paz e maior bem-estar.
E o mesmo vale para a área religiosa, para o ecumenismo. Nós,
cristãos fiéis à Bíblia (queira Deus que o sejamos
realmente!), representamos um empecilho espinhoso no caminho de uma religião
universal única. A passagem de Atos 4.12 fundamenta a nossa posição,
que será considerada como intolerância de nossa parte: "E
não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do
céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos". Pois com o poder de Satanás acontecerá
a união mundial sob o anticristo. E nós, cristãos, temos
de conhecer o jogo que está sendo jogado! Será que alguém
joga ou brinca conosco? Mas claro que sim, se não nos encontrarmos debaixo
do poder maior, que é Jesus Cristo. Quem é propriedade de Jesus
não fica vulnerável à sedução satânica.
Sob
o domínio de Seu Espírito
"Não
por força nem por poder, mas pelo meu Espírito..." Nossa
vida nos coloca diante de muitas decisões, e continuamente somos obrigados
a decidir quantos "HP" humanos queremos incluir em nossas ações.
Cada pessoa recebeu uma certa quantidade de força e poder – mesmo que
seja apenas a própria língua! Será que sempre usamos esse
poder corretamente? Tiago 3.2a faz a constatação humilhante de
que "...todos tropeçamos em muitas cousas." Arrependimento
e correção são necessários toda vez que isso acontece.
Como é maravilhoso encontrar em Jesus um juiz paciente numa hora dessas.
O versículo todo diz o seguinte: "Porque todos tropeçamos
em muitas cousas. Se alguém não tropeça no falar é
perfeito varão, capaz de refrear também todo o seu corpo."
E como se chama este homem perfeito? Conhecemos apenas um que nunca falhou!
Ele podia se expor às críticas e perguntar: "Quem dentre
vós me convence de pecado?" (Jo 8.46). Ou vejamos como a Bíblia
Viva o diz: "Quem de vocês pode verdadeiramente acusar-Me de um
único pecado?" Pedro conviveu alguns anos com Jesus e por isso
conhecia muito bem o seu Senhor, sabendo muito bem o que queria dizer quando
testemunhou que Ele "não cometeu pecado, nem dolo algum se achou
em sua boca" (1 Pe 2.22). Jesus explicou: "O meu reino não
é deste mundo" (Jo 18.36). E por Seu reino não ser deste
mundo, Jesus se entregou completamente, não fazendo uso de Seu poder.
Nosso Senhor Jesus privou-se de todo e qualquer recurso exterior e abriu mão
das legiões de anjos que estavam à Sua disposição.
E este caminho da entrega total foi que O levou a receber todo o poder no céu
e na terra. As atividades de Jesus sobre a terra aconteciam na autoridade do
Espírito Santo, e Ele deseja que você participe e usufrua desse
mesmo poder! Orientemo-nos sempre pelas ações e atitudes de Jesus.
Que elas sejam nosso padrão!
A passagem
bíblica mencionada no início era dirigida a Zorobabel; o texto
completo diz o seguinte: "Prosseguiu ele (o anjo) e me disse:
Esta é a Palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem
por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."
Zorobabel (significa nascido na Babilônia) era da linhagem real e havia
nascido na Babilônia durante o exílio. Ele havia sido o líder
da primeira leva de 50.000 exilados judeus que voltaram do cativeiro para Jerusalém.
E o que encontraram em Jerusalém? Uma montanha de escombros! E Zorobabel
reconheceu como prioridade reconstruir o templo e restabelecer o sacerdócio
e o ministério dos levitas. Assim, Zorobabel ficou sendo o administrador
da cidade.
Aqueles para
quem o trabalho do Senhor é a prioridade máxima de suas vidas
podem estar certos de ter a ajuda do Senhor de seu lado, conforme Jesus o disse
em Mateus 6.33: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas."
"Buscar primeiro" é uma ordem muito clara para nós,
cristãos. Mas junto com a ordem vem a promessa: "...e todas estas
cousas vos serão acrescentadas." E o que o Senhor promete Ele
cumpre! Será que a edificação do Reino de Deus ocupa realmente
o primeiro lugar em nossas vidas? Se o ministério cristão é
nossa maior prioridade, não precisamos ter medo de que algo possa nos
faltar. Mas age erradamente quem faz o caminho inverso, buscando em primeiro
lugar seu próprio conforto e tentando atender em primeiro lugar às
suas próprias necessidades. E estas pessoas ainda pedem que Deus os abençoe!
Nós desonramos a Deus quando agimos de modo calculista e humano, contando
apenas com nossos próprios meios e recursos!
O Senhor distribui
entre nós tarefas grandes ou pequenas, e, às vezes, nos sentimos
incapazes de realizá-las. Mas, nesses momentos, pela fé podemos
confiar na ajuda e na promessa de Deus assim como Zorobabel o fez. Na carta
de Tiago lemos: "Se, porém, algum de vós necessita de
sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com
fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à
onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que
alcançará do Senhor alguma cousa" (cap. 1.5-7).
Podemos imaginar
que surgiram dúvidas e tentações no coração
de Zorobabel, e ele deve ter se questionado se era capaz de acabar o que estava
iniciando. E nessa situação o Senhor lhe enviou esta maravilhosa
palavra de ânimo: "Não por força nem por poder,
mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."
A inteligência
e a capacidade humanas são de grande valor, mas quem não as sujeita
ao Senhor e não as coloca a Seu serviço, perde a bênção
que poderia receber e não alcança o alvo proposto. Uma vida assim
fica sem frutos espirituais e as obras realizadas serão avaliadas diante
do tribunal de Cristo e serão queimadas por serem madeira, feno e palha.
Quem pensa conseguir realizá-las com suas próprias forças
vive em um grande engano próprio. A sentença de Deus sobre essa
pessoa é a seguinte: "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que
confia no homem, faz da carne mortal o seu braço, e aparta o seu coração
do Senhor!" (Jr 17.5). Portanto, firme-se na Palavra de Deus e aceite
Seu conselho de deixar-se guiar e capacitar para toda e qualquer tarefa pelo
Seu Espírito Santo. Tome como exemplo a humildade do rei Davi, e clame
ao Senhor pedindo Sua ajuda: "Não me desampares, Senhor, Deus
meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação
minha" (Sl 38.21-22). E, veja só, Sua ajuda nunca veio tarde
demais, pois Davi testemunha: "No dia em que eu clamei, tu me acudiste,
e alentaste a força de minha alma" (Sl 138.3). Em uma dependência
humilde como essa vivemos felizes e protegidos! Por isso, faça diariamente
o que Davi fez: "Davi se reanimou no Senhor seu Deus" (1 Sm 30.6b).
Davi era um herói de grandes façanhas: "As mulheres se
alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém
Davi os seus dez milhares" (1 Sm 18.7). Essas vitórias militares
ou o acerto de contas com Golias foram os atos mais marcantes de Davi? De jeito
nenhum! Sua maior vitória foi quando ele, com a força que vem
de Deus, não fez uso da sua espada quando surpreendeu seu inimigo mortal
Saul na caverna de En-Gedi (1 Sm 24)!
O apóstolo
Paulo, que passou grandes dificuldades ao levar o Evangelho de país a
país, recebeu a animadora promessa: "A minha graça te
basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Co 12.9a).
O poder de Deus no Espírito Santo é o maior poder que Ele quer
dar a você e a mim! Se contássemos mais com o Seu poder, experimentaríamos
vitórias maiores!
O
matrimônio e a família no sufoco anticristão
Quantos pais
cristãos gemem hoje em dia sob a pressão maciça de nossa
sociedade! Educação anti-autoritária ainda é "in",
apesar de qualquer pessoa sóbria reconhecer que essa semeadura traz frutos
assustadores. A reivindicação por democracia no casamento e na
família está dentro das tendências da época, mas
se encontra em oposição à ordem divina. Se o homem é
o cabeça da mulher conforme 1 Coríntios 11.3, é lógico
que ele é também o cabeça de toda a família. Mesmo
que as feministas continuem cuspindo fel sobre o patriarcado e afirmem cada
vez mais que o mesmo está definitivamente superado, isso nada muda na
ordem divina, que é e continuará a ser um imperativo para nós,
cristãos. Através de um estilo democrático de viver em
família, a autoridade natural, que Deus deu ao homem, é ignorada.
Mas ai do homem que abusa dessa autoridade e se aproveita de sua posição
de liderança usando da força bruta! Um déspota desses,
que procura elevar sua auto-estima com extravagâncias ditatoriais, que
oprime sua esposa e seus filhos, esquece que o próprio Senhor é
o cabeça da família!
Deus quer o
melhor para nós; com Suas ordens Ele pensou em nosso bem! O patriarcado
bíblico é uma instituição maravilhosa, pois pode
ser uma fonte de alegria e de vida abundante. Mas Satanás soube muito
bem como espalhar suas sementes venenosas bem dentro do paraíso que é
a família – e o faz inclusive nas famílias cristãs. Cônjuges
são separados uns dos outros pelas tendências da sociedade – pensemos
apenas no alvoroço em torno da auto-realização. A educação
dos filhos é solapada pelo que aprendem na rua ou na escola – quem não
participa de tudo é um excluído. Mas não fiquemos inseguros,
porém firmemo-nos em princípios bíblicos, mesmo que para
isso tenhamos de nadar contra a correnteza. E como podemos fazê-lo? Resposta:
"Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito,
diz o Senhor dos Exércitos."
A atual pedagogia,
alheia à existência de Deus, humanística e anti-autoritária,
levou os jovens a uma postura desafiadora e rebelde contra toda e qualquer autoridade.
E isto deve ser debitado na conta de nós, adultos, nós que negligenciamos
os princípios de Deus. Se deixarmos as coisas tomarem seu prórpio
rumo, nos dirigimos ao ponto que é descrito por Isaías 3.4 da
seguinte maneira: "Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças
governarão sobre eles." O espírito de desrespeito, de
chantagem, destruição e violência atinge mais e mais também
os nossos filhos. E eles são, por sua vez, vítimas, por lhes faltarem
os exemplos e os valores tão fundamentais para suas vidas. E isto representa
uma clara acusação para nós, pais cristãos, pois
exatamente nós é que deveríamos ser exemplos, segundo a
vontade de Deus. Para uma educação no temor do Senhor é
preciso ensinar aos filhos a auto-disciplina e não negligenciar o castigo.
"O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo
o discipilna" (Pv 13.24). Disciplina bíblica é muito
difícil de ser praticada em nossos dias, mas realmente promete bons frutos
no futuro!
O 6º capítulo
de Deuteronômio nos revela de modo maravilhoso a pedagogia divina (lendo-o
você vai entender por quê). Transpondo para os dias de hoje, isso
pode nos ensinar resumidamente o seguinte: quando seu filho lhe pergunta (e
ele pode e deve perguntar!): "Pai, porque você quer que seja assim
e não de outro jeito?", então responda-lhe: "Porque
Deus quer assim." Com isso, seu filho não apenas terá respeito
por você, mas aprenderá também o temor do Senhor. E é
isto o que faz tanta falta hoje em dia! Pais: disciplina orientada pela Bíblia,
disciplina que deve ser justa e sincera tem maravilhosas promessas e não
faz com que as crianças se aborreçam da casa paterna. Mas como
será possível, como cabeça da família, ao mesmo
tempo exercer a auto-disciplina e manter a autoridade? Também aqui a
resposta é: "Não por força nem por poder, mas pelo
meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos."
A
verdadeira fonte de poder
A eterna Palavra
de Deus é nossa fonte de poder! Você se sente fraco e estressado?
Então a promessa a seguir se aplica a você, que é vaso frágil:
"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). E esta
fonte de poder Deus coloca à disposição de Seus filhos,
para que possamos cumprir nossas tarefas e obrigações à
Sua maneira. Fique ligado à videira como o ramo, e você viverá
e trará frutos! "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar
boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará
o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lc 11.13).
O Senhor quer lhe dar Sua plenitude: "Pois ao que tem se lhe dará,
e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o
que tem lhe será tirado" (Mt 13.12).
A festa de
Pentecostes nos recorda da grande fonte de poder: "...mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas..."
(At 1.8a). Deus não precisa de pessoas poderosas, mas de pessoas
que vivem no poder que reside na dinâmica divina: "Não
por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos."
FONTE:
(Burkhard Vetsch - http://www.chamada.com.br)
Publicado na revista Notícias de Israel, maio de 1997
(Burkhard Vetsch - http://www.chamada.com.br)
Publicado na revista Notícias de Israel, maio de 1997
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