Muitos
me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em
teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’
Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim
vocês, que praticam o mal! - Mateus 7.22-23
O
meio evangélico é um dos campos missionários mais vastos do nosso país.
Alguém duvida? Então fique atento ao modo de pensar e viver dos milhões
de “crentes” que andam por aí e ficará surpreso. A maior parte dessa
gente não demonstra nenhuma transformação de caráter, nenhuma alteração
em seus valores, nenhum compromisso com a santificação e nenhum grau de
discernimento espiritual. Parece que a estratégia principal do diabo
para destruir a obra de Deus nas últimas décadas deixou de ser debilitar
igrejas verdadeiras com os atrativos da apostasia. Agora, ele cria
igrejas falsas compostas por cadáveres espirituais apodrecidos com o
objetivo de emporcalhar o santo nome de cristão diante do mundo.
Esse
método tem dado certo. Com efeito, não é difícil encontrar “crentes” de
todos os tipos. Há evangélicos que formam blocos de carnaval e mulheres
“cristãs” que falam e se comportam como prostitutas desavergonhadas. Há
ainda “pastores” gays casados entre si e missionários e evangelistas
hábeis na “arte” do estelionato, além de uma massa enorme de gente de
péssima qualidade moral que, às vezes, sai em passeata pela rua gritando
o nome de Jesus com a mesma boca com que fala palavrões.
Isso
mostra que, de fato, o meio evangélico é um vasto campo missionário.
Crentes de verdade, pessoas que conheceram o real poder do evangelho de
Cristo, devem testemunhar a esse povo acerca da graça salvadora de Deus,
evitando acreditar na piada de que eles são irmãos na fé que precisam
apenas de algumas correções. Não. O problema básico da maioria dos
neo-evangélicos não é falta de doutrina, mas sim falta de novo
nascimento, sendo dever do cristão genuíno apresentar-lhes o evangelho
da cruz.
Como
isso pode ser feito de forma inteligente, sem deixar que a discussão se
perca em meio a opiniões religiosas sem importância? Bom, não acredito
em métodos infalíveis do tipo “Doze passos para ganhar um evangélico
para Cristo”. Como pastor reformado, penso que só o convencimento do
Espírito Santo pode conduzir alguém aos pés da cruz. Creio, contudo, que
no trato com crentes falsos, o mensageiro do Senhor pode evitar perder
tempo com tolices se agir da forma descrita a seguir.
Primeiro,
pergunte se o “irmão” é crente. Não se assuste. A reação dele vai ser
mais ou menos assim: “É claro que sou! Eu já não lhe falei que faço
parte da Comunidade Evangélica Fogo da Sarça – Sede Mundial?” É nesse
ponto que você vai fazer a pergunta fatal. Diga-lhe mais ou menos o
seguinte: “Ah, é verdade! Você havia dito... E como foi sua conversão?”
Pronto. É aqui que tudo desaba. O neo-evangélico não sabe o que é
conversão. Ele vai ficar confuso, vai perguntar o que você quis dizer
com essa pergunta, vai contar como foi batizado, como Jesus curou a dor
que ele tinha no braço, como o pastor profetizou que ele ia achar
emprego, enfim, vai dizer uma tonelada de sandices.
Então
você deverá responder: “Amigo, eu tenho certeza de que todos esses
episódios foram importantes para você, mas eu perguntei outra coisa. Eu
perguntei quando foi que você, após ouvir ou ler a Palavra de Deus,
descobriu apavorado que era um pecador perdido, separado da glória de
Deus e caminhando para a perdição eterna; quando foi que, ouvindo o
Evangelho, você aprendeu que Cristo veio a este mundo como substituto
perfeito, a fim de sofrer a punição pelo nosso pecado; quando você
entendeu o sentido de sua morte e ressurreição e quando, enfim, com
essas informações em mente, você se lançou humilhado aos pés da cruz,
dizendo: “Senhor, concede-me os benefícios da tua obra redentora.
Lava-me, purifica-me, perdoa-me, salva-me. Eu te recebo, pela fé, como
Deus e Salvador.’ Quando foi que isso aconteceu em sua vida?”
Não
estranhe. O “irmão” vai olhar para você como se estivesse diante de um
ET falando mandarim. Tenha, então, compaixão dele e, pacientemente,
passe a explicar-lhe todas as coisas que disse.
Bom,
espero que essas “dicas” ajudem. Ainda mais considerando que temos
evangélicos incrédulos por toda parte, “revelando” que há muito trabalho
a fazer. Realmente temos de aceitar esse fato: o nosso quintal também
está branco para a ceifa.
Soli Deo gloria!
Por: Pr. Marcos Granconato
Visto em Igreja Batista da Redenção
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