A Sexta-Feira
da Paixão foi o dia em que se rasgou o véu do templo em Jerusalém: "Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de
alto a baixo..." (Mt 27.51). Em 1 Coríntios 11.26 está
escrito: "...anunciais a morte do Senhor, até que ele venha." Mesmo que os sofrimentos de Jesus Cristo e Sua morte na cruz sejam o centro
das pregações nas igrejas nestes dias da Páscoa, quando
não se inclui o final do versículo, "...até que
ele venha", isso é somente tradição cristã
sem esperança viva.
Quando Jesus
estava dependurado na cruz, cheio de dores, carregando os seus e os meus pecados,
no momento de Sua morte, o véu do templo rasgou-se de cima a baixo. Tão
inimaginável quanto foi o véu abrir-se sozinho e rasgar-se em
duas partes, também será extraordinária a volta do Senhor.
Quando Jesus, naquela ocasião, passou da vida para a morte, pela Sua
morte Ele abriu esse véu do templo. Posteriormente Ele próprio
entrou no Santo dos Santos: "Porque Cristo não entrou em santuário
feito por mãos..., porém no mesmo céu, para comparecer,
agora, por nós, diante de Deus" (Hb 9.24). Quando Ele disse
triunfalmente "Está consumado!" (Jo 19.30), e por último
gritou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!"
(Lc 23.46), o véu do templo rasgou-se em duas partes (v.45). Ao comemorarmos
a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa, deveríamos prestar
atenção também no véu, na cortina do santuário!
Permitam-me
comparar figuradamente o que aconteceu no Calvário com a volta de Jesus
Cristo, mesmo que a sequência dos fatos seja invertida. A volta de
Jesus – quem sabe quão breve – terá seu início com um alto
brado: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem... descerá
dos céus..." (1 Ts 4.16). Deveríamos ter sempre em mente
esses dois contrastes – a morte de Jesus e Sua volta. Pois então vemos,
por um lado, o acesso aberto ao Santo dos Santos, onde Jesus entrou, e, por
outro lado, figuradamente falando, parece que o véu move-se novamente
porque Ele está retornando. Parece que Jesus se prepara para Sua volta.
Ele descerá dos céus dada a Sua palavra de ordem, ao ressoar da
trombeta. O sumo sacerdote no Antigo Testamento tinha pequenas campainhas na
bainha de suas vestes: "...para que se ouça seu sonido, quando
entrar no santuário diante do Senhor e quando sair..." (Êx
28.35). Parece que o sonido das campainhas já se faz ouvir detrás
da cortina: "Ele vem! Ele virá em breve!" Se você prestar
atenção à Bíblia, se você ficar atento à
Palavra Profética, pressentirá que Sua volta está próxima!
Deus deu a
Seus filhos o encargo: "...anunciais a morte do Senhor...",
e isso sempre tendo diante dos olhos Sua volta: "...até que ele
venha." Como podemos fazer isso? Principalmente através de nossa
maneira de viver.
O véu
que se rasgou no templo é uma ilustração do acesso ao Lugar
Santíssimo pelo sangue de Jesus. Assim somos exortados a repensar nossas
convicções. Vivemos realmente no Santo dos Santos? Ou nos encontramos
do lado de fora do véu? Se considerarmos essa situação,
as palavras de Filipenses 3.20 tornam-se muito esclarecedoras: "Pois
a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos
o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." Mesmo vivendo nesta terra, deveríamos
viver como se estivéssemos detrás do véu, dentro do Lugar
Santíssimo. Isso é viver na pátria celestial, isso é
viver na luz!
(Peter Malgo - http://www.chamada.com.br)
Publicado na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2000
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