O Novo Testamento diz bem pouco acerca da condição dos ímpios entre a
morte e a ressurreição, uma vez que sua preocupação principal é com o
futuro do povo de Deus. Conforme vimos, a parábola do homem rico e
Lázaro retrata o homem rico sofrendo tormentos no Hades após a morte.
Talvez, a passagem mais clara do Novo Testamento, que trata da condição
do ímpio morto durante o estado intermediário, seja a de 2 Pedro 2.9: “O
Senhor sabe como livrar os homem justos de provações e como reservar os
injustos para o dia do juízo, enquanto continua sua punição”
(NIV).
Pedro vem expondo a severidade do julgamento divino sobre os
anjos que pecaram, sobre o mundo antigo e sobre Sodoma e Gomorra. De
acordo com o verso 4, Deus lança os anjos que pecaram no inferno (no
grego, Tartarys), para serem guardados até o julgamento. No verso 9,
Pedro está falando acerca dos homens injustos. A estes, diz ele, Deus
sabe como guardar ou manter sob punição até o Dia do Juízo -
literalmente, enquanto são punidos. A palavra grega utilizada aqui,
kolazomenous, é a forma de particípio passivo presente no verbo kolazo,
(=punir). O tempo presente do particípio transmite a ideia de que esta
punição é contínua (note a tradução da NIV, citada acima). As palavras
eis hemeran kriseos (=até o Dia do Juízo), nos revelam que o que é
descrito aqui não é o castigo final dos ímpios, mas uma punição que
precede o dia do juízo36. Além disso, não pode ser sustentado que a
punição aqui mencionada seja administrada somente nesta vida atual, uma
vez que as palavras “até o dia do juízo” estendem claramente a punição
até aquele dia.
Esta passagem, portanto, confirma o que aprendemos na
parábola do homem rico e Lázaro, e nos revela que os ímpios sofrem
punição contínua (cuja natureza não nos é mais amplamente descrita aqui)
entre a sua morte e o Dia do Juízo.
A Bíblia e o Futuro
Nenhum comentário:
Postar um comentário